Pintura de Degas
Já me vesti de preto e dancei um tango atrevido
Set2006 (excerto)
(Foto minha)
" O sonho representa a realização de um desejo " (Sigmund Freud)
.....
Ao regressarmos a um lugar que nos marcou e encantou corre-se sempre o risco de apagar da memória a nossa primeira impressão, no entanto o meu sonho de voltar a Veneza nunca me abandonou nos últimos dez anos.
O meu " olhar " sobre Veneza vai ficar registado no meu outro blogue " Olhares meus e d' Outros ", como seria de esperar. Espero que gostem das fotografias e da quase crónica que pretendo fazer.
Como eu escrevi aqui " Veneza será sempre a mortal inimiga dos sons verbais " e estou feliz por ter realizado um sonho.
Bom dia da Terra
O nosso rosto reflectido no espelho a sorrir-nos
Como se não tivessemos envelhecido
Como se ainda tivessemos todo o tempo do mundo para viver
Os dias cinzentos "acinzentam-me".
(pode ser que o sol entre logo à noite, quando o meu filho se deparar com cerca de 60 pessoas, equipa de rugby incluída, que se vão reunir numa festa-surpresa que preparámos para comemorar o seu aniversário)
Pierre Marcel, "Together"
" Olha à direita e à esquerda do tempo, e que o teu coração aprenda a estar tranquilo "
Garcia Lorca
Paula Rego
... deixa-me voar uma vez mais sobre
esta terra de ninguém onde morro
por qualquer coisa que me fale de ti ...
Alice Vieira, Dois Corpos Tombando na Água (excerto)
(foto minha)
(As flores de Papel, 2007)
Primavera, de Boticcelli
Que Primavera é esta que me encanta
Docemente me atordoa e me confunde
Tão serena e branda no fluir
Quente e abrasadora no sentir?
Que cheiros são estes que despertam
a lembrança, profundamente adormecida?
Quem sou eu...afinal, que renasço a cada Primavera?
Salvador Dali
Que rosto é este por detrás da máscara?
.....
" Cobre a memória da tua cara com a máscara daquela que serás
e afugenta a menina que foste "
Mal fora iniciada a secreta viagem,
um deus me segredou que eu não iria só.
Por isso a cada vulto os sentidos reagem,
supondo ser a luz que o deus me segredou.
David Mourão Ferreira
Fotografia de Al Magnus
(desconheço o autor da imagem)
O pensador, Rodin
Num tempo de engano universal, dizer a verdade é um acto revolucionário.
George Orwell
Maggie Taylor
É outono, desprende-te de mim.
Solta-me os cabelos, potros indomáveis
sem nenhuma melancolia,
sem encontros marcados,
sem cartas a responder.
Deixa-me o braço direito,
o mais ardente dos meus braços,
o mais azul,
o mais feito para voar.
Devolve-me o rosto de um verão
Sem a febre de tantos lábios,
Sem nenhum rumor de lágrimas
Nas pálpebras acesas
Deixa-me só, vegetal e só,
correndo como rio de folhas
para a noite onde a mais bela aventura
se escreve exactamente sem nenhuma letra.
Eugénio de Andrade
(1920 - 6/Out/1999)
(ler o texto completo aqui)
......
Não é novidade o meu gosto pelo fado e pela Amália Rodrigues e, hoje, dei-me conta de que faz nove anos que ela nos deixou fisicamente.
A sua voz e a sua imagem permanecem.
Esta noite, no Vivências, ouve-se o fado na voz da Amália; queiram fazer silêncio, por favor.
"Há alguns que são actores natos, intuitivos. Eu não. Representar, para mim, é tão difícil como dragar um rio. É uma experiência dolorosa. Não tenho, muito simplesmente, nenhum talento intuitivo. O meu trabalho inquieta-me e estou sempre a queixar-me das minhas representações."
1925 - 2008
Robert Forrester, vice-presidente da Fundação Newmans Own, afirmou num comunicado,
«A arte de Paul Newman era representar. A sua paixão eram as corridas. O seu amor eram a família e os amigos. E o seu coração e alma eram dedicados a ajudar a fazer o mundo um lugar melhor para todos»
(ver noticia aqui)
Escultura em papel de Sue Blackwell
... e de novo entre nós aquele choro de quem
não teve tempo de preparar a despedida
com as palavras certas
porque as palavras certas estavam todas
em histórias erradas
que outros escreveram em lugares nublados
que nem vale a pena tentar recompor
muito ao longe uma voz desgarrada
estabelece o fim do verão
e eu adormecida para sempre
no teu peito ...
Alice Vieira (excerto)
......
Desce a neblina sobre os dias ...
e o Outono
cobre-me de reflexos avermelhados.
Escondo-me ... assim ... dos cinzas
que me espreitam
do passado.
Foto de MTeresaVivências
...............
O Vivências fez dois anos de existência no passado dia 14.
Nas suas páginas escreveram-se; o amor; a paixão; a dor; a solidão; a amizade; a alegria; a música; a pintura; a fotografia e, essencialmente, a poesia.
Dois anos é já algum tempo e apercebo-me que a minha vontade de escrever já não é igual ao que era quando iniciei o Vivências. Confesso públicamente que, como um amigo me disse recentemente, a escrita é fácil para mim quando estou triste. Por um lado, ainda bem que aquela tristeza toda me abandonou e que agora o meu percurso se faz por caminhos menos cinzentos e mais leves de percorrer. Se isso poderá significar um maior afastamento da escrita não quer dizer que o meu gosto pela poesia tenha acabado.
O que pretendo dizer é que o Vivências continuará a ser um canto dedicado à Poesia, mesmo que seja fundamentalmente feita por outros.
Por fim, o meu agradecimento vai para todos aqueles que me visitaram e acompanharam ao longo destes dois anos. As minhas desculpas vão para quem me comentou e eu não tive oportunidade de responder ou de visitar.
Como um amigo escrevia, sempre que me visitava, também eu afirmo:
- Estou sempre aqui...!
[ hoje deixo-vos a minha Lua com cara de gente como nós ]
A cegonha visitou ontem o meu sobrinho, filho da Margarida e do João.
Entregou-lhe cuidadosamente um bébé embrulhado em nuvens de algodão e céu muito azul. Com ele vinha um cartão cheio de estrelinhas reluzentes que dizia:
- Olá, sou o Diogo, e preciso de todo o vosso amor.
Estamos todos muito felizes com a chegada do 1º bebé da nova geração.
( Cá para mim há todas as probabilidades de virmos a ter mais um jogador de rugby na família. Aposto que muito em breve vai haver alguém que lhe vai dar um bola e o ensina a dizer Benfica )
É realmente uma alegria o nascimento de uma criança.
Imagem retirada da Net
"Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons "
Carlos Drummond de Andrade
.....
Este post não é uma provocação, mas sim uma tentativa de vos adoçar a boca, independentemente das idades.
Tenho estado um pouco ausente do Vivências mas garanto-vos que não perdi:
o doce;
o sal;
a alegria;
a vontade de viver e de amar.
Talvez...tenha perdido a vontade de escrever.
(a paz e a felicidade às vezes têm destas coisas)
Sirvam-se à vontade!
Foto de MTeresaVivências
... Regressarás, eu sei.
Ao cair da tarde,
com o teu ramo de violetas acenderás o meu
jardim ...
José Agostinho Baptista
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As violetas da Margarida floresceram. Querem saber quando será o seu regresso. Respondi-lhes: - Breve, Breve...!
Foto de MTeresaVivências
(Um girassol do meu pequeno jardim)
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As nuvens que me ensombraram
a alma, em estações frias e cinzentas,
levou-as o vento. Um sol radioso
floresce no sorriso tórrido do girassol
que me enfeita o rosto.
Este rosto, sem os traços da solidão
e do cansaço, é como uma janela aberta, por onde a lua espreita
e as estrelas se encontram nas noites cálidas de Verão.
O mar, aparece, triunfante, a dançar nos meus olhos.
A areia, sob os meus pés, deixou de ser um deserto
esmagador e cobre-me de finos grãos. A suavizar-me os passos.
Regresso, com flores nas mãos,
e o corpo perfumado de maresias.
Conchas, com o mar lá dentro, enfeitam-me o cabelo
agora mais doirado pelos raios solares.
O Verão, apagou-me as lágrimas
porque me devolveu a lisura dos dias
e as noites de paixão.
...ainda estou de férias e, regra geral, ficamos mais leves, mais descontraídos e de bem com o mundo, deixo-vos a minha espiral de amizade e bem estar que espero seja contagiante.
Até para a semana.
Óleo de Steven Kenny
Like a bird on the wire
Like a drunk in a midnight choir
I have tried in my way to be free
Leonard Cohen
" A meio do percurso da minha vida, dei por mim num bosque sombrio "
.....
Logo à noite, tenho um encontro marcado com este Senhor, aqui.
Quando a música e a poesia tomarem conta de mim,
vou soltar os pássaros nostálgicos que pararam nos meus olhos.
Pintura de Steven Kenny , " Constelação"
( ... )
corre um vento
vento de febre - sismo de orquídeas que acalma
quando acendes a luz e abres as asas
vibras e
levantas voo
Febre, Al Berto, in Horto de Incêndio
Fotografia de Waclaw Wantuch
Se eu fosse tela A lva de fino linho
Deixava-me pintar de A zul-cobalto para me confundir com o mar.
De V erde-esmeralda pincelava o contorno do meu corpo
E os meus lábios retocava de C armim
Por fim... rasgava a solidão
que me cerra as pálpebras, com a cor O cre do S ol,
e quando as nuvens de Preto-M arfim me escurecessem os sentidos
esconder-me-ia no quadro COLORIDO que fiz de mim.
Pintura de Oxana Yambykh
...
Sou do mar.
Sou das buganvílias,
das ilhas do amanhecer do mundo.
José Agostinho Baptista, "Deserto", in Quatro Luas
Pintura de Tamara de Lempicka
Eu ouso a paixão
não a recuso
Escuto os sentidos sem o medo por perto
troco a ternura da rosa
ponho a onda no deserto
A tudo o que é impossível
abro e rasgo o coração
Debaixo coloco a mão
para colher o incerto
Desembuço o amor
no calor da emboscada
infrinjo regras e impeço
Troco o sonho dos deuses
por um pequeno nada
Desobedeço ao preceito
e desarrumo a paixão
Teço e bordo o meu avesso
e desacerto a razão
Maria Teresa Horta
Forever Lost , pintura de Mike Worrall
"Out of Africa"
Na noite em que vi o filme, sonhei com África
[ que nunca visitei ]
Obrigada Sidney Pollack
.... sonho ....
.... permaneço ....
.... enfrento medos ....
.... resisto ....
.... prendo-me ....
.... engano-me ....
.... acredito ....
.... brinco ....
.... esqueço ....
.... amo ....
Ilustrações de Nicoletta Ceccoli
Casa dos Poetas, de Maggie Taylor
Foto de MTeresaVivências
Debruço-me sobre o mar que me corre nas veias
e toda eu me incendeio...!
[ no sol que ( re) tenho no colo ]
Sossego-me
no desassossego
das marés que me fustigam
o rosto
alvoraçado
ao contemplar a dança
do horizonte em chamas
Refresco-me
na areia
movediça do teu corpo
e essa água
que eu bebo de ti
tem o sal e o fogo
dos meus cansaços
perpétuos e entranhados
Assim me descobres
secretamente
e ao encontrares-me
não sei se me perdes
se me possuis
(e) terna amante
deste mar de sargaços
e desejos
onde me deito
Ah! Mar azul incendiado
tanto sonho submerso nos teus braços.
Foto de MTeresaVivências
Há recordações que são como as rosas em botão.
Ficam mais belas quando "abrem"
Fotos de MTeresaVivências
Por
Vezes
A vida
É bela
Foto de MTeresaVivências
Guardei as cores da Primavera
Dentro do peito.
Para vos oferecer neste dia
em que o Inverno
de novo se anuncia
Óleo de Antonio Peticov
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