Quarta-feira, 29 de Abril de 2009

Dia Mundial da Dança

Pintura de Degas

 
Já me vesti de preto e dancei um tango atrevido

e até já valsei vestida de branco e rosa
mas esta noite  em que o meu corpo
estava de azul vestido
fui uma Duncan provocadora e livre
rodopiando á tua volta

 
Set2006 (excerto)

 
 


escrevinhado por MT-Teresa às 07:28
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Quinta-feira, 23 de Abril de 2009

Os Livros e o 25 de Abril

 


 

 

Foto: Jean Sebastien Monzani

 
.......

 
 
Porque hoje é o dia do livro ...

 

Nas tuas mãos

Fui livro inteiro

Árvore frondosa, amada

Fruto doce e perfumado

Lágrima silenciosa

Em cada página de paixão

 

Fui escrita dolorosa

Desenganada e saudosa

Rosa desfolhada, no jardim da inquietação

 

Sou, ainda, livro inteiro

Intimista e verdadeiro

Nas asas da imaginação

 

 


 

E porque vou estar de férias

(a realização de um sonho antigo, revisitar uma cidade única e mágica, Veneza)

 

  Deixo-vos antecipadamente 

A Flor Rubra da Liberdade

Para que nunca seja esquecida, neste tempo de fracas memórias 

e de promessas incumpridas

 
 

 

25 de Abril Sempre!

 

Não sei...
Se as flores silvestres de Abril
são Cravos acorrentados dentro de jarras
a desfolhar-se lentamente
em nome da Liberdade
 
[ Excerto de "Este Abril", 25/04/2008 ] 
 
 

 

neste momento estou: feliz por estar de férias

escrevinhado por MT-Teresa às 10:30
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Terça-feira, 7 de Abril de 2009

Deixa-me Voar ...

Paula Rego

  
 
...
deixa-me voar uma vez mais sobre
esta terra de ninguém onde morro
por qualquer coisa que me fale de ti ...
 

 
Alice Vieira, Dois Corpos Tombando na Água  (excerto)

 
 


escrevinhado por MT-Teresa às 07:30
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Quarta-feira, 1 de Abril de 2009

De novo as flores

(foto minha)

 

 
 

As flores que me deram
Parecem violetas mimosas
Mas são folhas gastas
De papel
Onde os versos se desfolham
Um a um...em perdição.
Nunca as vi secas ou mortas
Mas sim, viçosas
Até cheirosas... 
No canteiro da ilusão...!
 
Quando quero...vou procurá-las
E cavo mais fundo o chão
Para assim não me perder
Nas memórias da paixão.
 
 
Ai...as flores que me adornam
Não são rosas
Nem açucenas
Tão pouco são poemas
Cheios de logros de amor.
São quimeras...
Apenas!
Onde me despojo da dor.

 

(As flores de Papel, 2007)
 

 


escrevinhado por MT-Teresa às 09:47
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Terça-feira, 31 de Março de 2009

Mãe

 
 

No mais fundo de ti
Eu sei que te traí, mãe.

 

Tudo porque já não sou
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos.

 

Tudo porque ignoras
Que há leitos onde o frio não se demora
E noites rumorosas de águas matinais.

 

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
São duras, mãe,
E o nosso amor é infeliz.

 

Tudo porque perdi as rosas brancas
Que apertava junto ao coração
No retrato da moldura.

 

Se soubesses como ainda amo as rosas,
Talvez não enchesses as horas de pesadelos.

 

Mas tu esqueceste muita coisa;
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
Que todo o meu corpo cresceu,
E até o meu coração
Ficou enorme, mãe!

 

Olha - queres ouvir-me? -
Às vezes ainda sou o menino
Que adormeceu nos teus olhos;

 

Ainda aperto contra o coração
Rosas tão brancas
Como as que tens na moldura;

 

Ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
No meio do laranjal...

 

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
E todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Dei às aves os meus olhos a beber.

 

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo as rosas.

 

Boa noite. Eu vou com as aves.

 

Eugénio de Andrade

 

......

 

85 anos, Mãe!

Agora, que nos olhamos sem sombras a  toldar o nosso amor.

Que a dor se fundiu com a compreensão e deu lugar à paz.

Agora, Mãe...! Posso dizer que caminhamos de mãos dadas num caminho único.

 

" Eu vou com as aves  "  e de vez em quando levo-te comigo.

 
Parabéns, Mãe.

 
 

 

neste momento estou: feliz com a minha mãe

escrevinhado por MT-Teresa às 09:36
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Terça-feira, 24 de Março de 2009

As Fadas

 

 

 Detalhes by ana_R.. 

 
O Livro das Fadas de  Betty Bib  fez-me voltar, por um instante, à minha infância.
 

 

     O Livro das Fadas de Natal - Betty Bib by ana_R..   

  
......
  
 

Também me fez recordar Florbela Espanca e o seu "Conto de Fadas"

 

 Eu trago-te nas mãos o esquecimento

  Das horas más que tens vivido, Amor!

  E para as tuas chagas o unguento

  Com que sarei a minha própria dor.

 
 Os meus gestos são ondas de Sorrento...

 Trago no nome as letras de uma flor...

 Foi dos meus olhos garços que um pintor

 Tirou a luz para pintar o vento...

 
 Dou-te o que tenho: o astro que dormita,

 O manto dos crepúsculos da tarde,

 O Sol que é de oiro, a onda que palpita.

 
 Dou-te, comigo, o mundo que Deus fez!

 - Eu sou Aquela de quem tens saudade,

 A princesa do conto: « Era uma vez...»

 
......

 
 

 Quem nunca sonhou que era a  "Princesa do conto" ou o " Prince Charmant " ?

 
" Só a fantasia permanece sempre jovem; o que nunca aconteceu nunca envelhece "

 

Schiller, Friedrich   
 


escrevinhado por MT-Teresa às 19:51
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Sexta-feira, 20 de Março de 2009

Poesia Eterna

 
 

A poesia tocou-me..!
Qual sopro cálido, inesperado, no meio do turbilhão da vida.
 
Num murmúrio sussurrado
Emprestou-me motes. Desatou-me palavras
Desconhecidas
Transformando-as em místicos devaneios
E desejos libertados.
 
Outrora amordaçada dentro de mim,
A Poesia, desbravou as fronteiras do meu ser.
Apoderou-se da minha vontade,
E fez-me sonhar com auroras resplandecentes
E azuis sem fim.
 
Aqui me rendo perante ela e os Poetas.
Sorvendo cada verso, cada palavra...
 
A Poesia..!
Quando nos toca é para sempre
Nossa companheira.

 

 
 

neste momento estou: a celebrar a Poesia

escrevinhado por MT-Teresa às 17:44
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Quarta-feira, 18 de Março de 2009

Primavera

Primavera, de Boticcelli

 

 
Que Primavera é esta que me encanta

Docemente me atordoa e me confunde

Tão serena e branda no fluir

Quente e abrasadora no sentir?

 

Que cheiros são estes que despertam

a lembrança, profundamente adormecida?

 

Quem sou eu...afinal, que renasço a cada Primavera?

 
 


escrevinhado por MT-Teresa às 22:24
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Terça-feira, 17 de Março de 2009

Quanto, quanto me queres?

Rodin

 

Quanto, quanto me queres? - perguntaste
Numa voz de lamento diluída;
E quando nos meus olhos demoraste
A luz dos teus senti a luz da vida.

Nas tuas mãos as minhas apertaste;
Lá fora da luz do Sol já combalida
Era um sorriso aberto num contraste
Com a sombra da posse proibida...


 

Beijámo-nos, então, a latejar
No infinito e pálido vaivém
Dos corpos que se entregam sem pensar...


 

Não perguntes, não sei - não sei dizer:
Um grande amor só se avalia bem
Depois de se perder.

 
António Botto

 
( 50 anos da sua morte)

 


escrevinhado por MT-Teresa às 19:50
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Quinta-feira, 12 de Março de 2009

Sem Título

Salvador Dali

 
 

Não posso apagar a memória.
Poderia, talvez, cerrar os olhos e fingir
que não vivi.
Adormecer. Fechar portas e janelas
e deixar que a solidão me saudasse
novamente.
Ou então, rasgar os rascunhos que fiz.
Provisórios e cheios de ilusão.
Escrever de novo. Num livro diferente.
Sem páginas riscadas.
Sem pontos de interrogação.
Sem paixão.

 

 
 


escrevinhado por MT-Teresa às 19:35
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Quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2009

Pequenas coisas

Orquídea

 (foto minha)
 

 
 

Falar do trigo e não dizer
o joio. Percorrer
em voo raso os campos
sem pousar
os pés no chão. Abrir
um fruto e sentir
no ar o cheiro
a alfazema. Pequenas coisas,
dirás, que nada
significam perante
esta outra, maior: dizer
o indizível. Ou esta:
entrar sem bússola
na floresta e não perder
o rumo. Ou essa outra, maior
que todas e cujo
nome por precaução
omites. Que é preciso,
às vezes,
não acordar o silêncio.
 
Albano Martins

 
 


escrevinhado por MT-Teresa às 07:28
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Sábado, 14 de Fevereiro de 2009

O Amor

 

 
Mal fora iniciada a secreta viagem,

um deus me segredou que eu não iria só.

 
Por isso a cada vulto os sentidos reagem,

supondo ser a luz que o deus me segredou.

 

 
David Mourão Ferreira

 

 


escrevinhado por MT-Teresa às 02:22
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Quarta-feira, 7 de Janeiro de 2009

Nenúfares

Aquáticas

(foto minha)

 

Livre não sou, que nem a própria vida
Mo consente.
Mas a minha aguerrida
Teimosia
É quebrar dia a dia
Um grilhão da corrente.

Livre não sou, mas quero a liberdade.
Trago-a dentro de mim como um destino.
E vão lá desdizer o sonho do menino
Que se afogou e flutua
Entre nenúfares de serenidade
Depois de ter a lua!


Miguel Torga, in 'Cântico do Homem'

 


escrevinhado por MT-Teresa às 20:28
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Terça-feira, 30 de Dezembro de 2008

Feliz Ano Novo

 
 
Recomeça

Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
Sempre a sonhar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde com lucidez, te reconheças.

Miguel Torga  
 
......................

 
Com o ano a terminar desejo a todos um Bom Ano 2009 e, como não podia deixar de ser, deixo-vos como último post de 2008, a Poesia.

 
 

neste momento estou: a passar mais um ano

escrevinhado por MT-Teresa às 22:59
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Sexta-feira, 26 de Dezembro de 2008

É Um Sol de Inverno

 

Nela Vicente

 

É um sol de Inverno
Intenso. Este que rompe as manhãs
Enevoadas e pesadas
Da memória que me resta.


Ao longe, ouvem-se os pássaros 
[outrora azuis e encantados]
a chamar a Primavera
que ainda tarda
mas prestes a despontar em mim.


Apresso-me nos caminhos
que não quero perder de vista
e as flores silvestres,
a nascer sob os meus passos,

emprestam ao tempo o doce aroma da ilusão.


Ecoam, já, as harpas encantadas
arautos de um mundo perfeito
onde só entram sonhadores de olhos vagos e poetas.

Poeta não sou. Se o fosse teria páginas publicadas
e livros editados.

Ah! Se eu fosse poeta, não teria estes olhos de mar manso e azulado

às vezes, tão enganados.

 
 

Tenho, porém, passagem certa para esse mundo.

Porque dos meus sonhos não abro mão mesmo que esteja, agora, apaziguada.

  

 


escrevinhado por MT-Teresa às 20:15
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Terça-feira, 25 de Novembro de 2008

Ó Poesia sonhei que fosses tudo

Foto de Jonh Kimberley

 
 
Ó Poesia sonhei que fosses tudo

E eis-me na orla vã abandonada

Uma por uma as ondas sem defeito

Quebram o seu colo azul de espuma

E é como se um poema fosse nada

 
Sophia de Mello Breyner

 
........

 

E o meu sonho de poeta ( ? )

Interrompeu-se ...

E os versos que faço

Estão em mim , colados nos meus olhos

O que vejo, toco e sinto

já não escrevo.

 

Voltarei? Talvez um dia ....

 

 


escrevinhado por MT-Teresa às 22:28
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Segunda-feira, 3 de Novembro de 2008

E por vezes ...

(desconheço o autor da imagem)

 
 

... e por vezes sorrimos ou choramos
e por vezes por vezes
ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos ...
 

David Mourão Ferreira
 

escrevinhado por MT-Teresa às 23:04
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Terça-feira, 21 de Outubro de 2008

Vinicius

Marc Chagall

 
 

 

De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor ( que tive ):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

 
Soneto da Fidelidade, Vinicius de Moraes

 
 
 


escrevinhado por MT-Teresa às 07:45
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Terça-feira, 7 de Outubro de 2008

Vegetal e Só

Maggie Taylor

 

É outono, desprende-te de mim.

 
Solta-me os cabelos, potros indomáveis

sem nenhuma melancolia,

sem encontros marcados,

sem cartas a responder.

 
Deixa-me o braço direito,

o mais ardente dos meus braços,

o mais azul,

o mais feito para voar.

 
Devolve-me o rosto de um verão

Sem a febre de tantos lábios,

Sem nenhum rumor de lágrimas

Nas pálpebras acesas

 
Deixa-me só, vegetal e só,

correndo como rio de folhas

para a noite onde a mais bela aventura

se escreve exactamente sem nenhuma letra.

 
Eugénio de Andrade

 
 


escrevinhado por MT-Teresa às 20:36
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Segunda-feira, 29 de Setembro de 2008

Devagar no Jardim ...

 
Devagar no jardim a noite poisa

     E o bailado

                    dos seus passos

Liberta a minha alma dos seus laços,

            Como se de novo

                     fosse criada cada coisa.

            

 

Sophia de Mello Breyner

 

 
 


escrevinhado por MT-Teresa às 20:40
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Quarta-feira, 24 de Setembro de 2008

O Fim do Verão

Escultura em papel de Sue Blackwell

 
 

... e de novo entre nós aquele choro de quem
não teve tempo de preparar a despedida
com as palavras certas
porque as palavras certas estavam todas
em histórias erradas
que outros escreveram em lugares nublados
que nem vale a pena tentar recompor

muito ao longe uma voz desgarrada
estabelece o fim do verão


e eu adormecida para sempre
no teu peito ...

 

Alice Vieira (excerto)

 

......

 

Desce a neblina sobre os dias ...

 

                                 e o Outono

                                             cobre-me de reflexos avermelhados.

 

Escondo-me ... assim ... dos cinzas

que me espreitam

                        do passado.   

 
          


escrevinhado por MT-Teresa às 09:58
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Quinta-feira, 18 de Setembro de 2008

A Minha Lua

Foto de MTeresaVivências

 
 

Pela janela entreaberta sobre o campo,
saúdam-me as árvores, os pássaros e os gatos.
 
A quinta está envolta numa luz difusa que anuncia a chegada de uma noite cálida e serena. Tudo parece adormecido e os ramos verdes e frondosos rodeiam a casa, sólida e branca, como se o tempo tivesse parado naquele lugar aprazível e bucólico.
 
Ao longe, os ruídos da cidade fazem-se ouvir como um eco distante e disforme. Nada perturba aquela paz. Sentada à janela deixo-me invadir por um bem estar indefinível e fico grata por  poder desfrutar desta vista que por milagre ainda não foi destruída pelo homem.
 
De repente, a lua surge no horizonte e dança timidamente sobre o arvoredo, inundando toda a paisagem com a sua luz avermelhada. É lua cheia e vislumbro na sua face, os olhos; o nariz  e o sorriso largo a dar-me as boas noites.
 
Lembro-me, então, da minha infância e imagino novamente que a lua tem uma cara como nós.

 

...............

 
O Vivências fez dois anos de existência no passado dia 14.

Nas suas páginas escreveram-se; o amor; a paixão; a dor; a solidão; a amizade; a alegria; a música; a pintura; a fotografia e, essencialmente, a poesia.

 
Dois anos é já algum tempo e apercebo-me que a minha vontade de escrever já não é igual ao que era quando iniciei o Vivências. Confesso públicamente que, como um amigo me disse recentemente, a escrita é fácil para mim quando estou triste. Por um lado, ainda bem que aquela tristeza toda me abandonou e que agora o meu percurso se faz por caminhos menos cinzentos e mais leves de percorrer. Se isso poderá significar um maior afastamento da escrita não quer dizer que o meu gosto pela poesia tenha acabado.

 

O que pretendo dizer é que o Vivências continuará a ser um canto dedicado à Poesia, mesmo que seja fundamentalmente feita por outros. 

 
Por fim, o meu agradecimento vai para todos aqueles que me visitaram e acompanharam ao longo destes dois anos. As minhas desculpas vão para quem me comentou e eu não tive oportunidade de responder ou de visitar.

 

Como um amigo escrevia, sempre que me visitava, também eu afirmo:

 

 - Estou sempre aqui...!

 

[ hoje deixo-vos a minha Lua com cara de gente como nós ] 
 

 

neste momento estou: de bem com a vida

escrevinhado por MT-Teresa às 22:07
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Quarta-feira, 10 de Setembro de 2008

Nada se perdeu em mim

the_gift_500.jpg (30849 bytes)

Pintura de Steven Kenny

 
 

Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.
 

Sophia de Mello Breyner 
 
 

escrevinhado por MT-Teresa às 07:04
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Sábado, 23 de Agosto de 2008

"Um céu maior que este mundo"

Foto de MTeresaVivências  (Pôr de Sol na praia de S. Julião)

 
 
Permite que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo

 
 
Cecilia Meireles, Serenata (excerto)


 

 


escrevinhado por MT-Teresa às 09:42
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Sexta-feira, 15 de Agosto de 2008

O Verão do meu contentamento

Foto de MTeresaVivências

  

(Um girassol do meu pequeno jardim) 
  
 
------

 

As nuvens que me ensombraram 

a alma, em estações frias e cinzentas,

levou-as o vento. Um sol radioso 

floresce no sorriso tórrido do girassol

que me enfeita o rosto. 

Este rosto, sem os traços da solidão

e do cansaço, é como uma janela aberta, por onde a lua espreita

e as estrelas se encontram nas noites cálidas de Verão.

O mar, aparece, triunfante, a dançar nos meus olhos.

A areia, sob os meus pés, deixou de ser um deserto

esmagador e cobre-me de finos grãos. A suavizar-me os passos.

 

Regresso, com flores nas mãos,

e o corpo perfumado de maresias.

Conchas, com o mar lá dentro, enfeitam-me o cabelo

agora mais doirado pelos raios solares.

 

O Verão, apagou-me as lágrimas

porque me devolveu a lisura dos dias

e as noites de paixão.

 
 
 

 

 

neste momento estou: renascida

escrevinhado por MT-Teresa às 13:15
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Domingo, 20 de Julho de 2008

(Re) Encontrar Cohen (2)

 
 

 

Leonard Cohen, Lisboa (fotos de MTeresaVivências)
 
 
....

 
Uma noite mágica com a lua a beijar o Tejo

.....

 
 

E valsei nos teus braços, Leonard...

Como se fosse uma das "Ten Pretty Women in Viena"

Gritei que sim,  quando disseste  "I am your man"

Emocionei-me, quando, todos juntos

Cantámos " Alleluia"

Estremeci com a verdade de "Ain't no Cure for Love"

Dei-te a mão na "Boogie Street" do teu descontentamento

Por fim, quando disseste " Closing Time"

Atirei-te um beijo e  murmurei:

Até sempre, Leonard...

 
"Everybody Knows..."

 
 
 

 

ao som de: Leonard Cohen

escrevinhado por MT-Teresa às 18:33
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Sábado, 19 de Julho de 2008

(Re) Encontrar Cohen (1)

birdcage_500.jpg (25987 bytes)

Óleo de Steven Kenny

 
  
Like a bird on the wire

Like a drunk in a midnight choir

I have tried in my way to be free

 
 

 

 

 

Leonard Cohen  
 

 

" A meio do percurso da minha vida, dei por mim num bosque sombrio "
 
.....

 
Logo à noite, tenho um encontro marcado com este  Senhoraqui.

 
 

Quando a música e a poesia tomarem conta de mim,

vou soltar os pássaros nostálgicos que pararam nos meus olhos.

  
 
 

ao som de: Leonard Cohen - Here it is
neste momento estou: espectante

escrevinhado por MT-Teresa às 13:03
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Terça-feira, 15 de Julho de 2008

Febre

constellation_1_400.jpg (30751 bytes)

Pintura de Steven Kenny , " Constelação"
 

 
( ... )

corre um vento

vento de febre - sismo de orquídeas que acalma

quando acendes a luz e abres as asas

vibras e

levantas voo

 

Febre, Al Berto, in Horto de Incêndio

 
 

 


escrevinhado por MT-Teresa às 22:16
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Domingo, 6 de Julho de 2008

A Tela

 

Fotografia de Waclaw Wantuch

 


 

 
Se eu fosse tela A lva de fino linho

Deixava-me pintar de A zul-cobalto  para me confundir com o mar.

De V erde-esmeralda pincelava o contorno do meu corpo

E os meus lábios retocava de C armim

 
 

Por fim... rasgava a solidão

que me cerra as pálpebras, com a cor O cre do S ol,

e quando as nuvens de Preto-M arfim me escurecessem os sentidos

esconder-me-ia no quadro COLORIDO  que fiz de mim.

  
 
 

 

neste momento estou: ligeiramente escurecida

escrevinhado por MT-Teresa às 01:00
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Quinta-feira, 3 de Julho de 2008

" Eu não sou daqui..."

Pintura de Oxana Yambykh

 
 
...

Sou do mar.

Sou das buganvílias,

das ilhas do amanhecer do mundo.

 
José Agostinho Baptista, "Deserto", in Quatro Luas
 

 


escrevinhado por MT-Teresa às 07:39
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Terça-feira, 24 de Junho de 2008

As Casas

 
" Reflexos de Céu "

 

 

 

 

Casas do Cruzeiro, Aldeia do Sabugueiro, Serra da Estrela

(foto de MT-Vivências)

 
 
Há sempre um deus fantástico nas casas

Em que eu vivo, e em volta dos meus passos

Eu sinto os grandes anjos cujas asas

Contêm todo o vento dos espaços

 

Sophia de Mello Breyner, in Dia do Mar

 
 
 


escrevinhado por MT-Teresa às 19:37
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Terça-feira, 3 de Junho de 2008

Interrogação

 

 

 

 

Ilustração de  Catia Chien


" A solidão da poesia e do sonho tira-nos da nossa desoladora solidão "

 
Albert Béguin

 
.......

 
 

... e quando a solidão acaba, perdemos a poesia?

 
 
 

 
 


escrevinhado por MT-Teresa às 19:52
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Domingo, 1 de Junho de 2008

" Hoje, confesso..."

Imagem, O Principezinho ( Saint-Exupéry)

 
 

" ... Hoje, confesso, acordei com vontade de ser feliz.
Amarrei, até, no pulso o amor-perfeito
que foi secando no meu peito e retomei a velha máxima:
        não deixar que qualquer angústia atinja o coração
Um castelo de areia, é tudo quanto quero
para acostar o meu barco de papel ... "
 
Graça Pires
 
...
 
Para ti, meu filho, meu amor-perfeito, no Dia Internacional da Criança, que não deixes morrer a criança dentro de ti.

Para ti, meu pai, minha saudade, que conservaste até ao fim, a pureza de uma criança.

 
 


escrevinhado por MT-Teresa às 14:20
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Sábado, 31 de Maio de 2008

Eu ouso a paixão

 

Pintura de Tamara de Lempicka

 
      
Eu ouso a paixão
não a recuso

Escuto os sentidos sem o medo por perto
troco a ternura da rosa
ponho a onda no deserto

A tudo o que é impossível
abro e rasgo o coração
Debaixo coloco a mão
para colher o incerto

Desembuço o amor
no calor da emboscada
infrinjo regras e impeço

Troco o sonho dos deuses
por um pequeno nada

Desobedeço ao preceito
e desarrumo a paixão
Teço e bordo o meu avesso
e desacerto a razão 
 

Maria Teresa Horta

 
 


escrevinhado por MT-Teresa às 00:00
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Quinta-feira, 29 de Maio de 2008

Labirintos

 

Forever Lost , pintura de Mike Worrall

 
 
 

Fiz da minha dor versos sem sentido
que escrevi em tons de cinza
no azul da minha alma enamorada
e quem me olhou  reconheceu-me de jardins antigos
onde outrora me entregava.
 
 
Transformei o (des)amor em labirintos 
e fui encontrada, quase morta,
(des) encantada. 
 
Que faço, agora, da alegria que me rouba
as palavras que eu escrevia?
 
 
 

 

 


escrevinhado por MT-Teresa às 07:36
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Sábado, 24 de Maio de 2008

Contam que as sombras

 
 
 
Contam que as sombras permanecem agora mais tempo sobre

as dunas e que a flor de laranjeira rebentou pelos caminhos,

encantando as viagens; que os morangos crescem, se os dedos

se aproximam, e que já se ouve, ao longe, um rumor de asas

contrário a qualquer vento. Falam de um perfume estranho

que paira pela cidade e das palavras soltas que os rapazes

andaram a escrever pelos muros em segredo. E eu não sei nada



disto que me contam, nem me aquece a luz quente que,

como dizem, afaga de manhã os ombros de quem passa e vai

a outro lugar sentir o mesmo lume. E eu também já não sinto



a primavera: os dedos doem-me nos livros, sento-me de noite

à janela. Olho a lua que já não posso ter. Escondo-me

dos gatos. Dispo-me e vou dormir lá fora com as aves.

 
       
 

Maria do Rosário Pedreira

 


escrevinhado por MT-Teresa às 00:01
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Segunda-feira, 19 de Maio de 2008

Acordei-me

 

Casa dos Poetas, de Maggie Taylor

 

 
 

Acordei-me.
O meu sonho recorrente ergue-se nas asas de um desejo azul
Salpicos de céu e farrapos de luas descendentes adornam-me os cabelos louros
Os meus olhos que já são azuis, ficam mais azuis de tanto olhar o mar.
 
[ Perdi-me, eu sei. No tempo em que te amava. Em vão ]
 
Acordei-me.
A tua imagem perdeu-se. Os teus versos levou-os o vento.
As casas onde agora o meu sonho dorme são outras. Mais brancas e azuis. Como eu.
O rosto que me olha tem a transparência dos dias claros. Como a verdade.
Tem ainda a doçura dos frutos de época.
A suave fragrância das especiarias mais raras.
E a luz dourada do sol.
 
 
 
Encontrei-me quando te esqueci;
por isso,
ainda bem que te perdi.
 
 

escrevinhado por MT-Teresa às 23:43
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Terça-feira, 13 de Maio de 2008

Mar

Foto de MTeresaVivências

 
 
Debruço-me sobre o mar que me corre nas veias
e toda eu me incendeio...!

[ no sol que ( re) tenho no colo ] 

Sossego-me
no desassossego
das marés que me fustigam
o rosto
alvoraçado
ao contemplar a dança
do horizonte em chamas


Refresco-me
na areia
movediça do teu corpo
e essa água
que eu bebo de ti
tem o sal e o fogo
dos meus cansaços
perpétuos e entranhados


Assim me descobres
secretamente
e ao encontrares-me
não sei se me perdes
se me possuis
(e) terna amante
deste mar de sargaços
e desejos
onde me deito

 
Ah! Mar azul incendiado

tanto sonho submerso nos teus braços.

 
 
 

 
 

ao som de: Cesária Évora - Mar Azul

escrevinhado por MT-Teresa às 23:05
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Sexta-feira, 9 de Maio de 2008

O Canto dos Pássaros

 
 

Pela manhã

Adormecem luas no meu peito.

O meu corpo desperta no teu

e o sol que entra pela janela

inunda a casa, expulsando as sombras

persistentes da ausência

 

o canto dos pássaros

confunde-se com os passos

que já percorreram os quartos

e que ficaram gravados

na memória da casa

 

agora são os teus

que se ouvem, apenas os teus

e o cantar dos pássaros... 

 
  
 


 


 

neste momento estou: desperta
ao som de: Morning - Grieg

escrevinhado por MT-Teresa às 07:17
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Domingo, 4 de Maio de 2008

Não envelheças, Mãe!

 
Mãe
Não quero ver a velhice a tomar conta
Dos teus gestos, da tua memória, dos teus passos.
 
 
Quando te olho
É o meu reflexo que vislumbro
No espelho do tempo 
De mão dada com a infância
Que já não tenho
 
Passou tão depresa, Mãe...!
O nosso tempo dos risos e das brincadeiras
De meninas.
 
Não sei porquê, Mãe, mas cego
Perante os sinais do tempo
Que te está a levar de mim
Aos poucos, de mansinho.
 
Não envelheças Mãe.
Não assim. Tão de repente.
 
 

neste momento estou: um pouco triste

escrevinhado por MT-Teresa às 21:38
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