Terça-feira, 25 de Novembro de 2008

Ó Poesia sonhei que fosses tudo

Foto de Jonh Kimberley

 
 
Ó Poesia sonhei que fosses tudo

E eis-me na orla vã abandonada

Uma por uma as ondas sem defeito

Quebram o seu colo azul de espuma

E é como se um poema fosse nada

 
Sophia de Mello Breyner

 
........

 

E o meu sonho de poeta ( ? )

Interrompeu-se ...

E os versos que faço

Estão em mim , colados nos meus olhos

O que vejo, toco e sinto

já não escrevo.

 

Voltarei? Talvez um dia ....

 

 


escrevinhado por MT-Teresa às 22:28
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Quarta-feira, 26 de Dezembro de 2007

Não é o Coração

 
Não é o coração
mas esta carne
em seu rumor.

Não é o coração
mas teu silêncio
de intenso furor.

Não é o coração
mas as mãos
sem corpo, vazias.
Na grave melodia
de um instante
tu e eu
em desequilíbrio
na infame
consistência
de um absoluto
obstáculo.

 
 
 
Ana Marques Gastão

 

 


escrevinhado por MT-Teresa às 19:29
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Quarta-feira, 12 de Dezembro de 2007

A Noite dos meus sentidos

 

Óleo de Van Gogh

 
Procurou-me uma estrela na noite dos meus sentidos

Cadente, como as palavras que já não dizes

Reluzente, como o teu olhar distante

Perdido...

 

Ah...! Encantador dos meus olhos rasos
Escondo-me no crepúsculo dos dias
E em noites de espelhos mágicos
Onde rostos se cobrem de nostalgia

 

O eco de uma voz quente, acaricia-te
Lamento cálido de uma despedida
Vendaval de sentires acorrentados
 
Sou eu... a silenciar
Os desejos adiados do meu corpo
Incendiado pela tua ausência
Nos meus sonhos brandos
 
 
MT-Teresa
 
 
  

 

 

 

neste momento estou: em baixo

escrevinhado por MT-Teresa às 07:25
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Quinta-feira, 6 de Dezembro de 2007

Curvo-me sobre a tua Ausência

foto minha, Praia de S. Julião

 

 

 

deixa-me sonhar-te,

meu amado

ainda que me curve sobre a tua ausência

e a dor rasgue a cortina espessa da memória.

 

 

 
quando me sinto tua,
adormeço na doce teia dos teus braços
 
 
 
MT-Teresa
 
 
 

 

 
 

neste momento estou: saudosa

escrevinhado por MT-Teresa às 18:57
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Quarta-feira, 5 de Dezembro de 2007

Sonho que te beijo

(fotografia de Carla Maio-1000Imagens)

 

 

Esta noite sonhei passos no vazio da casa.
Os risos que eu ouvi, abriram janelas a pássaros sem asas

presos ao meu leito.

O silêncio tem a tua voz.
Mas eu guardo ainda o rumor das tuas águas
a bater-me no peito.

Só te sinto à noite, quando a lua se descobre.
De manhã acordo,
e sonho que te beijo.

 

 
MT-Teresa

 

 
              


escrevinhado por MT-Teresa às 07:39
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Segunda-feira, 26 de Novembro de 2007

Parada dentro de ti

 

(Imagem de autor desconhecido) 

 
 

estou parada dentro de ti
parada e desfalecida
porque o ar me foi roubado
pela tua boca
e o meu corpo permanece aprisionado
na memória das tuas mãos de nuvens claras
mãos que romperam os véus negros
que me escondiam de mim
e onde a paixão existia
adormecida
 
estou parada no movimento
perpétuo das marés
onde o mar do teu corpo
se desfaz nas areias escaldantes
do meu querer
 
 
estou parada nos céus
infinitos dos teus olhos
que me arrastam
para o abismo azulado
inolvidável
que se revela
na tua presença
 
mesmo que a ausência
me atormente
ficarei sempre parada
dentro de ti
 
MT-Teresa
 
neste momento estou: parada

escrevinhado por MT-Teresa às 21:51
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Quarta-feira, 21 de Novembro de 2007

As Flores da Paixão

 
Pintura de S. Dali
 
Não tenhas pressa!
Abraça as flores
como se fosse
um doce perfume
que se cola lentamente
à pele 
e se deseja
cada vez mais entranhado

Acaricia o cheiro
como se fizesses amor
e o universo inteiro
abrisse as portas
para mergulhares nele

Sente o aroma salgado do mar
que as flores transportam
sente o grão de areia que o vento
depositou nos teus olhos
cegando-te com a luz branca
 da dádiva divina
de estares
perante a beleza proibida
que só alguns alcançam

Sente-me em tudo o que tocas
cheiras, amas
como se eu fosse bruma descoberta
para além de todas as
fronteiras

Vem resgatar as flores de Maio
quando a tua alma
o teu espírito inquieto
e o teu corpo sedento
se render às dores
da ausência
e morrer de paixão
por não me teres
 
MT-Teresa
 

escrevinhado por MT-Teresa às 21:25
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Sábado, 17 de Novembro de 2007

O sonho da "Quimera"

 

 

 

A minha amiga "Doce Quimera"  daqui, que também é Maria Teresa como eu,  vai hoje concretizar um dos seus sonhos.

 

A apresentação do seu primeiro livro "Cardos e Quimeras"

 é hoje, às 17,00h, no

 Auditório da Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia (Rua General Torres, por detrás do edifício da Câmara Municipal),

 e a sua poesia é assim:

 

Rosa viçosa
Vaidosa…
Altiva naquele jardim
Olhava as outras de lado
E nem ligava ao jasmim.
Que branquinho suspirava
Pelo amor daquela rosa
Chegava-lhe o seu perfume
E ela sempre vaidosa.
Mesmo com altivez!
Não ligava ao companheiro
Que bem pertinho dela
Suspirava o dia inteiro.
Com a chuva da manhã
Mais bela ainda ficou
Mas o sol aqueceu
E a rosa desfolhou.
Ficou, então o jasmim
Ainda na sua alvura...
Com saudades daquela flor
Que nem lhe dera ternura!
 
M. Teresa (Doce Quimera),
In Cardos e Quimeras, Ed.100
 

 

 

Envio-te daqui, amiga das terras do Norte, os meus sinceros parabéns pela concretização do teu sonho, uma vez que não poderei estar presente.

 
Que este dia seja um marco inesquecível na tua vida.

 
 

 


escrevinhado por MT-Teresa às 10:36
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Sexta-feira, 16 de Novembro de 2007

Poemas na ponta dos ramos

 

 
Quando o sol é da cor das searas
que brotam dos teus lábios
e os espinhos do teu roseiral
se transfiguram em doces rimas,
sinto-te árvore de fresca sombra
com poemas na ponta dos ramos.

Quando em noites de solidão
os luares te despertam os sentidos
e a dor se mistura com os desejos,
a paixão desenfreada
começa a arder em fogo lento

no teu corpo, 
e sem pudor, escapam, 

dos teus sonhos delirantes,

os resquícios da saudade
adormecida e inquietante. 
  

Sim, és sombra eterna
a desafiar os instintos amordaçados,
tens um travo a maresia, olhos
de planícies lisas e solitárias,
e inventas palavras, certas,
com que te escreves de poeta.  
           
 
MT-Teresa (16.11.07)

 
(dedicado)

 

neste momento estou: à sombra de uma árvore

escrevinhado por MT-Teresa às 07:22
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Terça-feira, 13 de Novembro de 2007

Às vezes

 
...escapa dos meus olhos
uma lágrima furtiva 
tímida.
 
Às vezes
ainda brilha neles
o luar  
e outras
ainda se reconhecem
estrelas
 
do mar
 
 
MT-Teresa
 
neste momento estou: esbatida

escrevinhado por MT-Teresa às 21:35
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Segunda-feira, 12 de Novembro de 2007

As Nossas Madrugadas

  Escultura de Rodin

 

Desperta-me de noite
o teu desejo
na vaga dos teus dedos
com que vergas
o sono em que me deito

pois suspeitas

que com ele me visto e me
defendo

É raiva
então ciume
a tua boca

é dor e não
queixume
a tua espada

é rede a tua língua
em sua teia

é vício as palavras
com que falas

E tomas-me de força
não o sendo
e deixo que  meu ventre
se trespasse

E queres-me de amor
e dás-me o tempo

a trégua
a entrega
e o disfarce

E lembras os meus ombros
docemente
na dobra do lençol que desfazes
na pressa de teres o que só sentes
e possuíres de mim o que não sabes

Despertas-me de noite
com o teu corpo

tiras-me do sono
onde resvalo

e eu pouco a pouco
vou repelindo a noite

e tu dentro de mim
vais descobrindo vales

 
 
Maria Teresa Horta

 

neste momento estou: viva

escrevinhado por MT-Teresa às 19:26
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Segunda-feira, 29 de Outubro de 2007

Ausência

 Foto: MT

 
 

 

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
...
 
Eu deixarei... Tu irás e encostarás a tua face em outra face. 
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás

para a madrugada. 
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,

porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite

e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência

do teu abandono desordenado.

 


Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

     
 

Vinícius de Moraes

 


escrevinhado por MT-Teresa às 21:21
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Quarta-feira, 24 de Outubro de 2007

A tua voz é um poema

(Pintura de John Waterhouse)
 
 
Ontem era a tua silhueta sombria
Que eu esperava...! E todos os dias
A tua voz me chegava...
Como um poema, feito no momento
A querer rasgar o silêncio
 
E eu esperava...
O sinal destemido que não vinha
A voz quente que imaginava ser tua
Quando o vento sul soprava
E me beijava...
Nas noites delirantes em que te não  tinha
 
Mas, meu Amor...o tempo a passar,
Ingrato, como o amor desfeito.
E da tua sombra fugidia
Ficava apenas, a marca
De um sonho por cumprir
E de uma paixão por revelar
 
Hoje?
 
Agarra o poder dos teus versos
Ergue com eles o teu muro da coragem
Vem entrelaçar flores nos meus cabelos
E semeia risos nos meus olhos d'água
 
Porque... meu Amor!
Talvez o tempo que nos falte
Nos dê tempo...
E quem sabe, fique à espera!
 
 
MT-Teresa
24/10/07 
 
neste momento estou: bem
ao som de: La vie en Rosa ( L. Amstrong)

escrevinhado por MT-Teresa às 19:58
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Sexta-feira, 19 de Outubro de 2007

O colar

 

Imagem retirada do Google

 

Fiz dos teus dedos um colar
de pérolas, reluzente...único
que alinhei no fio dos teus olhos
quando me sonhas casta e pura
 
e com as tuas mãos a servir de moldura
deixei-me enfeitar
nua
 
 
MT-Teresa
 

escrevinhado por MT-Teresa às 21:18
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Sexta-feira, 12 de Outubro de 2007

O roubo da alma


 

 
" L'Oublies des Passions" Pintura de Jean Delville

 

 
 

As tuas mãos nas minhas
quentes
e macias
seiva galopando
na minha pele branca
corrente sanguínea 
passando em linha recta
aos olhos...

Ah...! Os teus olhos
rios calmos, doces
e esplendorosos de luz
divina
esses olhos que
me
tomaram inteira
como se o meu corpo
estivesse neles
rubro, vibrante
faminto das carícias
que eu não tinha

E...o teu cheiro
indefinível que fica
para me roubar
a alma inteira
percorre o meu
pescoço, a boca
a face, a orelha
como fizeste
com os beijos
que me deste

Do teu rosto ausente
ainda sinto o toque

quente
e eu, pensando em ti
rogo aos deuses
mais um dia
para não morrer
hoje, desta agonia.

 

 

 

 

MT-Teresa

Agosto 07

 
                

 

 

neste momento estou: a precisar de FDS

escrevinhado por MT-Teresa às 19:31
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Domingo, 30 de Setembro de 2007

Despedida de Verão

 




Era preciso agradecer às flores
Terem guardado em si,
Límpida e pura,
Aquela promessa antiga
Duma manhã futura.

Sophia de Mello Breyner



...... 




Neste fim de tarde em que os ares frios e as chuvas do Outono já começam a chegar, senti de repente a nostalgia. Nunca gostei do Outono apesar dos tons magníficos com que as árvores se pintam. Fazem-me falta os dias lentos e as noites cálidas de Verão, onde quase se podem contar as estrelas e retribuir o sorriso da lua.
 


A minha despedida do Verão é em azul e recebo o Outono também em azul para enganar os cinzas.


 

 

neste momento estou: A despedir-me do Verão

escrevinhado por MT-Teresa às 22:11
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Sábado, 29 de Setembro de 2007

As flores de papel

 

.

As flores que me deram
Parecem violetas mimosas
Mas são folhas gastas
De papel
Onde os versos se desfolham
Um a um...em perdição
Nunca as vi secas ou mortas
Mas sim, viçosas
Até cheirosas... 
No canteiro da ilusão
 
Quando quero...vou procurá-las
E cavo mais fundo o chão
Para assim não me perder
Nas memórias da paixão
Ai...as flores que me adornam
Não são rosas.
Nem açucenas
Tão pouco são poemas
Cheios de logros de amor
São quimeras...
Apenas!
Onde me despojo da dor
.
MT
.
neste momento estou: aliviada e a seguir em frente

escrevinhado por MT-Teresa às 10:47
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Sexta-feira, 28 de Setembro de 2007

A Rosa mais rara

.
Esconde-me como se eu fosse a rosa mais rara do teu jardim
Adoça os espinhos que me nasceram na alma
Abre trilhos de ternura na raiz dos meus sentidos
Procura o sol da minha seiva desordenada
 
 
Depois...ao descobrires as minhas pétalas
Pelo tempo desbotadas 
Guarda-as na caixa dos teus sonhos impossíveis
Como se pérolas fossem
E escuta as palavras proibidas
A quebrar os meus silêncios d'água
.
MT
.
.
neste momento estou: florida

escrevinhado por MT-Teresa às 07:51
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Domingo, 23 de Setembro de 2007

Inventa-me!

.

Inventa-me...
nos teus olhos
nos teu braços
atordoada pelo cheiro
que passa da tua pele à minha
 
Inventa-me...
nos dias e noites
em que solitáriamente me procuras
e eu a ti...
.
Inventa-me...
 nas palavras que me roubas
sempre que a paixão se revela
alimento da tua fome
do belo, e do amor
em forma de poema
 
Inventa-me ainda...
como se o meu medo
não existisse
e uma alvorada
te acariciasse
com o meu sopro de
mulher e de menina
 encantada
 
Inventa-me por fim...
à medida  do teu desejo
que se percebe imenso
ainda que suspenso
das madrugadas
que se adivinham no teu
e no meu corpo
 
Nunca deixes de me inventar
e de pores na minha boca
os beijos que não me dás!
.
 MT-Abril 07
.
(imagem de autor desconhecido)
.
neste momento estou: bem

escrevinhado por MT-Teresa às 10:36
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Segunda-feira, 17 de Setembro de 2007

No meu rosto...os sinais da Liberdade!

 Óleo de R.Magritte

.

Deixei de saber ler
as linhas do teu rosto
difuso agora pelo tempo
que já não tenho
tempo que esgotei
porque as tardes
que esperei
se esfumaram na memória
do que fomos


E o vento quando sopra
deixou de se parecer
com o som da tua voz

que vou esquecendo...


tal como o aroma

das flores

que espalhaste no meu corpo

e já não sinto...

.

corpo

agora perfumado

por outros cheiros

de rosmaninho

e com  sabor a sal

de outros mares

.

Por mim
deixei cair as folhas brancas
dos teus versos rubros
na serenidade das coisas

mortas
e esquecidas
onde jazem as lágrimas

azuis 
que  já sequei
e o amor

que abandonei

.
Nas alvoradas

já despontam outras claridades!

.
Outras neblinas me cobrem 
de novo a face

onde se podem perceber
claramente

os sinais da liberdade

.

neste momento estou: bem

escrevinhado por MT-Teresa às 19:19
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Sexta-feira, 10 de Agosto de 2007

Apelo

 Foto de MT

.

Porque não vens agora, que te quero
E adias esta urgencia?
Prometes-me o futuro e eu desespero
O futuro é o disfarce da impotência....

Hoje, aqui, já, neste momento,
Ou nunca mais.
A sombra do alento é o desalento
O desejo o limite dos mortais.

 

Miguel Torga


escrevinhado por MT-Teresa às 07:35
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Quinta-feira, 9 de Agosto de 2007

Depois de Ti...

Óleo de S. Dali
.
De branco
vestida
a pele já morena
a ressaltar
descarada
de uma blusa
atrevida
e decotada
como que a chamar
os beijos
de uma boca em brasa
 
Os olhos
vivos e brilhantes
convidativos
incendeiam os
que neles se fixam
em êxtase
na contemplação
da íris
quase perfeita
onde um reflexo
de desejo
predomina
como num  espelho
 
O corpo
macio da espuma
do banho
alonga-se
e chama-te
lãnguido
na memória
viva
do que era
antes do deserto que ficou
depois de ti
.
Teresa (MT)
Julho 07
.

escrevinhado por MT-Teresa às 20:15
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Sábado, 4 de Agosto de 2007

Ao Perder-te...

extase.jpg

 

Al perderte Yo a ti
Tú y Yo hemos perdido
Yo porque tú fuiste lo que Yo más amaba
Y tú porque Yo era el que te amaba más.
Pero de nosotros dos
Tú pierdes más que Yo:
Porque Yo podré amar a otras
Como te amaba a ti
Y a ti no te amarán
Como te amaba Yo.

Ernesto Cardenal

.


escrevinhado por MT-Teresa às 09:24
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Sexta-feira, 3 de Agosto de 2007

Ode ao Mar

  Pintura de Turner

 

Água, sal e vontade - a vida!

Azul - a cor do céu e da inocência.

Um lenço a colorir a despedida

Da galera da ausência...

.

Mar tenebroso!

Mar fechado e rugoso

Sobre um casto jardim adormecido!

Mar de medusas que ninguém semeia,

Criadas com mistério e com areia,

Perfeitas de beleza e de sentido!

.

Vem a sede da terra e não se acalma!

Vem a força do mundo e não te doma!

Impenitente e funda, a tua alma

Guarda-se no cristal duma redoma.

.

Guarda-se purificada em leve espuma,

Renda da sua túnica de linho.

Guarda-se aberta em sol, sagrada em bruma,

Sem amor, sem ternura e sem caminho.

.

O navio do sonho foi ao fundo,

E o capitão, despido, jaz ao leme,

Branco nos ossos descarnados;

Uma alga no peito, a flor do mundo,

Uma fibra de amor que vive e treme

De ouvir segredos vãos, petrificados.

.

Uma ilusão enfuna e enxuga a vela,

Uma desilusão a rasga e molha;

Morta a magia que pintava a tela,

O mesmo olhar de há pouco já não olha.

.

Na órbita vazia um cego ouriço

Pica o silêncio leve que perpassa...

Pica o novo feitiço

Que nasce do final de uma desgraça.

.

Mas nem corais, nem polvos, nem quimeras

Sobem à tona das marés...

O navio encalhado e as suas eras

Lá permanecem a milhentos pés.

.

Soterrados em verde, negro e vago,

Nenhum sol os aquece.

Habitantes do lago

Do esquecimento, só a sombra os tece...

.

Ela és tu, anónimo oceano,

Coração ciumento e namorado!

Ela que és tu, arfar viril e plano,

Largo como um abraço descuidado!

.

Tu, mar fechado, aberto e descoberto

Com bússolas e gritos de gajeiro!

Tu, mar salgado, lírico, coberto

De lágrimas, iodo e nevoeiro!

Miguel Torga

.

 

neste momento estou:

escrevinhado por MT-Teresa às 20:06
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Sexta-feira, 6 de Julho de 2007

A Poesia

La liseuse  Óleo de Pablo Picasso

 

.

 

A Poesia

tem as estrelas da manhã

alinhadas em circulo

como um farol de aviso

aos navegantes

incautos e perdidos

que me habitam 

 

Se eu pudesse

mascarava-me de lua nova

(que se esconde nas tramas

nebulosas

do meu sentir)

e escarnecia das sombras

fantásticas

que me desafiam

com versos

.

Teresa (MT)

 

.

neste momento estou: cansada

escrevinhado por MT-Teresa às 19:40
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Sexta-feira, 29 de Junho de 2007

Cavalo Marinho

 

Óleo de Isabel Nadal

.

Pressinto
uma leve brisa
nos meus cabelos de ouro
vagas ondulantes
de maresia
caindo como cascatas
sobre o meu rosto de linho
 
Com um gesto
descoso
tiras de veludo
azul e fino
presas por fios rendilhados
à minha pele de suspiros 
e liberto-me
serenamente
das marcas do passado
 
 Envergo então
apaixonada
as flores que me deste
e com elas
meu amor
perfumo o meu rosto
as mãos
e pinto-te
na minha tela-vida
cavalo marinho
a navegar o meu mar
.
Teresa (MT)
(20/06/07)
.
neste momento estou: de bem com a vida
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escrevinhado por MT-Teresa às 20:05
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Quarta-feira, 27 de Junho de 2007

O Destino

  Pintura de Paula Rego

 .

Nas minhas mãos

existem raros odores

sulcos multicolores

gotas d'água

fugidias

linhas cortadas

cruzadas

a que chamam destino

.

Destemida

dou a cara ao desconhecido

e nunca me esquivo

mas

ainda me espanto

com as teias

artimanhas

máscaras e trejeitos

que me lançam no caminho

aqueles que me seguem

e se convencem

.

que me sabem

que me prendem

que me calam

.

Lutadora

sei os pontos, as virgulas

os parágrafos

e as reticências

desta "estória"

que sou eu

.

porque

.

só eu 

detenho a chave

e a senha certa

e troco as voltas

quando é preciso

desfazer equívocos

e bato a porta

quando tudo se esgota

e grito

não vale a pena

.

Teresa (MT) - 24/06/07

.

neste momento estou: destemida

escrevinhado por MT-Teresa às 23:32
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Segunda-feira, 25 de Junho de 2007

Louvado seja o Génio da Noite

 Óleo de Nela Vicente

.

Lenta declina a luz e a noite vai
Entrando azul no tardo entardecer.
Vaga e intérmina uma folha cai;
Subtil suspira um deus nesse descer.

De uma névoa lilás a lua sai
E quebra-se no mar sem se mover.
Sons e cores, vibrações, tudo se esvai
Num lânguido desejo de morrer.
Castidade da noite absoluta,
Num galho imaterial um silfo escuta
O segredo das flores que estão sonhando.
Êxtase. A eternidade passa perto.
Gotejam astros. O mundo está deserto.
Só eu existo, fantástica....esperando....

.

Natália Correia

.


escrevinhado por MT-Teresa às 22:04
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Sexta-feira, 22 de Junho de 2007

Quando me dás os teus versos

  Óleo de Nela Vicente

 .

Quando me dás
os teus versos
invade-me a urgência
do teu toque
e a sede dos teus beijos

Quando uma brisa
me afaga o rosto
lembro-me das carícias
que me guiam
pelos vales
virgens dos sentidos

Quando a luz do luar
me banha

na minha nudez
sonho com o teu corpo
a misturar-se no meu
como uma hera
divina

a entrelaçar os astros

Quando as ondas do mar
me fustigam

alterosas
refugio-me na memória
do teu sorriso aberto
como se fosse
uma âncora
para me salvar

E quando...
sinto a solidão
invadir o espaço
branco

da tua ausência
fico muda e parada
e apenas escrevo
e decoro
os versos gastos
repetidos

como se fossem
cantos perdidos
mascarados de esperança

.

Teresa (MT)

.

.


escrevinhado por MT-Teresa às 22:44
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Quinta-feira, 21 de Junho de 2007

As Palavras

 Óleo de Isabel Nadal

.

Aquilo que escrevo

ao correr da pena

não é pensado

ou até forjado

mas é sentido

e dito

com a minha voz

que grita

ou silencia

as palavras soltas

na minha boca

.

Em azul, rosa ou cinza

faço versos de papel

em teias de mares

de mel

que emergem

dos meus sonhos

.

Podem

baralhar as formas

trocar os verbos

jogar com eles

dar-lhes a volta

emendar os pontos

.

mas

.

só eu sei

as letras

e o significado

deste meu fado

que canta em mim

.

Teresa (MT) - 21/06/07

.


escrevinhado por MT-Teresa às 15:32
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Quarta-feira, 20 de Junho de 2007

Com a chegada do Estio

 Óleo de Nela Vicente
.
Desta Primavera esplendorosa
onde a chuva
fez brotar sementes
de oiro
no jardim mágico
do nosso encontro
nada mais resta
que o azul do teu olhar
e o amor que me deixaste
provar
da tua alma
peregrina
 
Chegam os estios de mansinho
tímidos
como os passos
que demos
no romper da nossa aurora
a desbravar caminhos
 
Abraço o tempo
que adivinho
de ardente
torpor
e grito ao mar
meu elemento
que o amor
tomou conta do meu peito
.
Teresa (MT) - 20/06/07
.
neste momento estou: à espera do calor
ao som de: Maria Bethania - No seu corpo

escrevinhado por MT-Teresa às 19:56
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Terça-feira, 19 de Junho de 2007

Rosas

 Foto de MT

 

.

Visto-me de azul todos os dias.

O sorriso é azul-celeste

O olhar é azul-mar

.

 

Até as ruelas que cruzo

E as pedras da calçada

Roubam as flores do céu

Quando ficam azuladas

.

De rosas me vesti hoje

Para emoldurar  o encanto

Dos sonhos com que me deito

.

Pintei de rosa os azuis

De que são feitos os prantos!

 

.

 

neste momento estou: rosada
tags: , , ,

escrevinhado por MT-Teresa às 20:13
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Domingo, 17 de Junho de 2007

De repente a tristeza

 

"Pássaro Azul " de Isabel Nadal

.

À tardinha
desceu sobre o meu rosto
a melancolia...
 
à mesma hora
onde outrora
me perdi
no calor
dos teus braços
 
Os meus olhos desaparecem
e do azul pouco resta
a não ser um traço
oblíquo
gasto
 
Sobre o meu corpo
começam a florir
as sementes de solidão
que o acaso depositou
nos meus gestos
confiantes
 
O meu rosto
transfigurado
branco
procura as mãos
que lhe secaram o pranto
e as rosas
com que acariciaste
os seus vincos
 
Debato-me
grito
e
rejeito!
.
Esta tristeza que me espreita
dos abismos
.
Teresa E
.

.

 

ao som de: Madredeus
neste momento estou:

escrevinhado por MT-Teresa às 08:58
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Sexta-feira, 15 de Junho de 2007

Não sei...

 Pintura de Balthus

"Therese"

.

.

Não sei de que cor se veste a tristeza
quando vem da ausência.
Também conheço mal a cor do amor
quando revestido de permanência.
-
A cor da paixão, rubra e efémera,
(quando me cega)
 fica logo desfeita
sem coloração.
.
 
Do mar que entra nos meus olhos
conheço-lhe o som e a espuma branca
e a cor azul
 de que sou feita
.
 
De ti...
Conheço-te a cor
de trás para a frente
como se conhece o fumo
a esbater-se  no tempo
.
 
Porque de ti
apenas sei que és vida
fuga-agitada
alma desencontrada
nas esquinas perdidas
de uma só estrada
.
Teresa E.
.
.
neste momento estou: mais ou menos

escrevinhado por MT-Teresa às 13:44
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Segunda-feira, 4 de Junho de 2007

O Meu Azul no Teu Azul

 Pintura de Nela Vicente

 

.

No meu olhar

existe um azul

acinzentado

que junto ao mar

se pinta

de azul-esverdeado

 

mas...quando te olho

o meu azul 

ganha mais cor

como a lua cheia

quando se debruça

à janela

e a luz do sol a beija

 

e quando fico

parada

no azul do teu abraço...

sou tela branca

musa inspiradora

dos versos

que me fazes

 

Vem!

Pinta-me a alma,

as mãos, o peito

e leva-me contigo

num voo azulado

.

Teresa E

.

neste momento estou: azulada
tags: , ,

escrevinhado por MT-Teresa às 07:15
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Quinta-feira, 31 de Maio de 2007

Ser Poeta

 Desconheço o autor

  

.

 

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o explendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te,  assim, perdidamente...
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

 

.Florbela Espanca

.
ao som de: Madredeus

escrevinhado por MT-Teresa às 22:53
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Quinta-feira, 24 de Maio de 2007

Perguntei por ti ao Vento

 

Foto de Gregória Correia

.

.

"Conversas com o vento"

Perguntei por ti, ao vento...

I

perguntei por ti, ao vento
confiante no seu saber
certo de que saberia ler
a magia do momento

agitou-se a rama do pinheiro
como linguagem gestual
o som forte no pinhal
disse franco, que primeiro

diria eu, porque razão
lhe fazia esta interrogação
tão vaga e desconcertante

ao que respondi, prontamente:
é esta paixão certamente
que reclama o amor distante...


e o vento reflectindo...foi dizendo:

II

o que te digo é complexo
é total e absorvente
de dia é luz, é reflexo
força motriz, roda persistente

é sorriso afável, é ternura
prazer ilimitado, é visão
é fraternidade e candura,
é lírio, amor-perfeito, paixão

à noite, é lua cheia
constelação piramidal
orion ou cassiopeia,
verso, poema fundamental

perguntaste-me por ela... e eu digo:

é no tempo, o minuto
no horizonte, linha mestra
na árvore, o prório fruto
na palavra, a palestra

é água de um rio secreto
fogueira de uma ilusão
tesouro em cofre aberto
sonho do sonho, é paixão

mística mistura de amor
infinito exponencial
obra-prima, átomo gerador
da verdade existencial

perguntei por ti, ao vento...
e o vento disse:


III

É a heroína de muitas lutas que ganha aos maus, na última página do livro da vida.

Escreve por norma, palavras brancas, cujo significado são nomes de flores inventados, sob a forma de coração, que umas vezes se confundem com guitarras, outras, com beijos rubros e incandescentes.

Respira perfumes desconhecidos, oriundos das ondas do mar, que em noites de lua cheia a transmutam, ora em caravela, ora em gaivota branca e que assim lhe permitem obter visões celestiais, das sete partes do mundo, que depois, em mansas marés ou à janela da casa das flores, resume em poemas afrodisíacos.

Alimenta a alma com as cores virgens da natureza, o que faz dela o "fantasma bom", das consciências obscuras e sempre, mas sempre, juiz supremo do inconformismo.

Chora e ri como os humanos, mas é mais do que isso, perpetua-se na memória dos humildes e inocentes, apenas pelo som do seu sorriso e pelo calor que emana do seu olhar.

Tem no gesto a íntima e fina condição de mulher, por isso Virgem nos sonhos, com que diáriamente se reconstrói, sempre mais bela, no modo e na permanência.

É o verdadeiro "amor-perfeito".


Tu... sombra...
só aprendeste a amar, o amor que os homens sabem fazer...

o imperfeito!

.

Autor: Victor

          José L Santos (pseudónimo)

          (sombra)

........

 

 

Tenho um amigo desconhecido, que tem deixado ao longo de muitos meses, verdadeiras pérolas, escondidas em conchas/comentários e que eu de tempos a tempos, dou a conhecer a quem me visita. Todos os que aqui o têm lido, já manifestaram a profunda admiração por tudo aquilo que escreve, quer em forma de poesia, quer em prosa.

É conhecido aqui, como Sombra, mas já utilizou vários outros nomes, nomeadamente no ínicio do Vivências.

O pseudónimo Jose L Santos, foi escolhido por ele, quando o desafiei a escolher um nome, para assinar a sua Poesia.

.

Victor, será o seu nome verdadeiro.

.

Na blogosfera, tudo é possivel, até criaram-se pontes/laços entre pessoas que não se conhecem. 

.

Quero prestar mais uma vez, um tributo, à pessoa que está por detrás dos vários nomes e divulgar de novo a sua Poesia.

.

Envio-lhe amigo Victor, um abraço carinhoso, desejos de rápida recuperação e acredite:    - Todos sentimos a sua falta.

 

 

.

Quanto a mim...continuo a perguntar por si...ao vento!

.

Bj

Teresa

.

 


neste momento estou: saudosa

escrevinhado por MT-Teresa às 22:04
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Terça-feira, 22 de Maio de 2007

Lua Adversa

000c6gpr

Foto de J. G ( tirada do seu blogue Agregando)
.
.
Tenho fases, como a lua.
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vem,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!

Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
.
Cecilia Meireles
.
neste momento estou: a ver a Lua

escrevinhado por MT-Teresa às 22:44
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Sábado, 12 de Maio de 2007

Dia de Hoje

 

.

Ó dia de hoje, ó dia de horas claras

Florindo nas ondas, cantando nas florestas

No teu ar brilham transparentes festas

E o fantasma das maravilhas raras

Visita, uma por uma, as tuas horas

Em que há por vezes súbitas demoras

Plenas como as pausas dum verso

.

Ó dia de hoje, ó dia de horas leves

Bailando na doçura

E na amargura

De serem perfeitas e de serem breves.

.

Sophia  De Mello Breyner

.

neste momento estou: viva

escrevinhado por MT-Teresa às 22:35
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Sexta-feira, 4 de Maio de 2007

As Chegadas

 

.

Nas asas dos meus sonhos, deslizo intemporal num espaço branco, onde recolho todos os encontros, como se fossem primeiros, únicos e inadiáveis.
. 
Com os olhos, eternizo momentos e adoro deuses dourados
vestidos de poetas
.
Com as mãos, ensaio audaciosamente as carícias prometidas
que se adivinham pelas palavras
.
A voz sai empolgada e doce e até os pássaros se calam
para lhe roubar acordes
. 
O corpo feito de pedra, solta as amarras e sai pelos caminhos
em correrias de seda
. 
A tristeza recolhe os mantos negros da desesperança
e veste a cor quente das alvoradas
 .
Em festa, alcanço os céus de outros mundos
e abraço as chegadas.
.
neste momento estou: deslizando

escrevinhado por MT-Teresa às 06:59
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