Sábado, 15 de Março de 2008

A Casa das Flores e o Piruças

 

O Piruças, cão da vizinhança, envenenado há cerca de 2 semanas

(foto de MTeresaVivências)

 

.....

 

 

É uma casinha simples, numa aldeia simples, de pessoas simples. Os vizinhos afáveis e prestáveis já não olham com desconfiança as gentes da cidade que procuram a paz e o silêncio nas suas pequenas estadias de fim de semana. Já se habituaram ao rebuliço a entrar-hes pela "porta adentro" a quebrar a rotina dos dias sempre iguais e, até gostam porque "dá vida" ao sítio, dizem eles.

 

Tem um pequeno átrio, onde o sol nos consola e aquece. Um pequeno terreno transformado em jardim onde tudo esquecemos quando enterramos as mãos na terra. 

 

Aquela casa tem alegria, amizade, brincadeiras e visitas-surpresa dos amigos que por vezes se lembram de passar por lá. Os filhos, às vezes, também aparecem, mas esses só quando há churrasco, porque aquilo é uma "pasmaceira", como diz a minha mãe, que gosta mais da cidade que do campo.

 

Também tem mar, com ondas alterosas que se ouvem ao longe, em dias de Inverno. 

 

É um refúgio que partilho com a minha amiga Clara (Margarida). Hoje fomos lá, ao fim de quase um mês de ausência. O jardim está cheio de "hortaliça", como chamamos às ervas daninhas e aos trevos que têm crescido em completa liberdade.

 

- Vamos ter que as arrancar, diz a Clara com ar pesaroso.

- Lá teremos que fazer um churrasco para aliciar o pessoal, digo eu, rindo.

 

Há apenas uma coisa que nos espanta no meio de tanto sossego e cordialidade:

- Naquela aldeia costumam envenenar os cães que andam à solta, mesmo que tenham dono. 

 

Hoje soubemos de mais um caso. E ficámos chocadas.

 

Foi a vez do Piruças que eu fotografei algumas vezes e que estava sempre junto à entrada da nossa casa e grande companheiro de brincadeiras do Jack, o cão da Clara.

 

Este post foi escrito a pensar nele e também na crueldade das pessoas, que por vezes se esconde em sorrisos afáveis.

 

Vamos sentir falta do seu olhar meigo.

 

neste momento estou: revoltada

escrevinhado por MT-Teresa às 23:39
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Sábado, 23 de Fevereiro de 2008

Marionetas...?

 
" Somos todos campos de batalha, onde se digladiam deuses "

 
Paul Valéry

 
.....

 

Por vezes, sento-me em silêncio na minha casa e apenas me chegam os ruídos distantes e indistintos do mundo lá fora que me confortam. Gosto destes momentos raros em que deixo os meus pensamentos fluir em completa liberdade e a minha imaginação ultrapassa a minha memória. Normalmente, vejo surgir os rostos risonhos e luminosos daqueles que fizeram parte da minha vida e começo a separar as coisas boas das menos boas e retenho as primeiras intencionalmente. É assim que quase sempre engano a memória. Então, sorrio,  e vejo desfilar perante mim, os vários capítulos, agrupados consoante as situações,  chegando quase sempre à conclusão gratificante de que tudo valeu a pena e que todas as pessoas passaram por mim com um propósito e um desígnio e que o que elas deixaram é na maioria dos casos, algo que nunca esquecerei e que me fez crescer interiormente.

 
                

Não sei dizer se são os deuses que comandam este ciclo de constante renascimento, e que eu, nas suas mãos, sou apenas uma simples boneca de carne e osso, presa por fios invisíveis e finíssimos que me fazem andar ao sabor dos seus caprichos.

 

Sei, com toda a certeza, que o que sou intrinsecamente, não sofrerá alterações profundas.

Sei  que o amor sempre me sorrirá.

Sei que a amizade é minha companheira eterna.

Sei olhar e ver

Sei distinguir

Sei ouvir e compreender

Sei perdoar

 

Podem brincar comigo, os deuses.

Há certezas que são inabaláveis, por isso, pisco-lhes o olho provocatoriamente, e entro nas brincadeiras, com a certeza de que, mesmo caindo na rede que eles tecem, volto a sair renascida.

 

Não temam os deuses. Brinquem com eles.

 

 

neste momento estou: a brincar com os deuses

escrevinhado por MT-Teresa às 17:26
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Terça-feira, 30 de Outubro de 2007

Manhãs...

 retirado do Google

 
Ao caminhar todos os dias

No sentido de um deserto de cimento e vidro

Sinto-me árida,  desprovida de risos

Como se a natureza se tivesse resumido

A  cactos por florir

E os que me observam e avaliam

Espinhos que me ferem

     

Hoje as flores estão recolhidas...

 

 

 

neste momento estou:

escrevinhado por MT-Teresa às 07:24
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