O Piruças, cão da vizinhança, envenenado há cerca de 2 semanas
(foto de MTeresaVivências)
.....
É uma casinha simples, numa aldeia simples, de pessoas simples. Os vizinhos afáveis e prestáveis já não olham com desconfiança as gentes da cidade que procuram a paz e o silêncio nas suas pequenas estadias de fim de semana. Já se habituaram ao rebuliço a entrar-hes pela "porta adentro" a quebrar a rotina dos dias sempre iguais e, até gostam porque "dá vida" ao sítio, dizem eles.
Tem um pequeno átrio, onde o sol nos consola e aquece. Um pequeno terreno transformado em jardim onde tudo esquecemos quando enterramos as mãos na terra.
Aquela casa tem alegria, amizade, brincadeiras e visitas-surpresa dos amigos que por vezes se lembram de passar por lá. Os filhos, às vezes, também aparecem, mas esses só quando há churrasco, porque aquilo é uma "pasmaceira", como diz a minha mãe, que gosta mais da cidade que do campo.
Também tem mar, com ondas alterosas que se ouvem ao longe, em dias de Inverno.
É um refúgio que partilho com a minha amiga Clara (Margarida). Hoje fomos lá, ao fim de quase um mês de ausência. O jardim está cheio de "hortaliça", como chamamos às ervas daninhas e aos trevos que têm crescido em completa liberdade.
- Vamos ter que as arrancar, diz a Clara com ar pesaroso.
- Lá teremos que fazer um churrasco para aliciar o pessoal, digo eu, rindo.
Há apenas uma coisa que nos espanta no meio de tanto sossego e cordialidade:
- Naquela aldeia costumam envenenar os cães que andam à solta, mesmo que tenham dono.
Hoje soubemos de mais um caso. E ficámos chocadas.
Foi a vez do Piruças que eu fotografei algumas vezes e que estava sempre junto à entrada da nossa casa e grande companheiro de brincadeiras do Jack, o cão da Clara.
Este post foi escrito a pensar nele e também na crueldade das pessoas, que por vezes se esconde em sorrisos afáveis.
Vamos sentir falta do seu olhar meigo.
" Somos todos campos de batalha, onde se digladiam deuses "
Paul Valéry
.....
Por vezes, sento-me em silêncio na minha casa e apenas me chegam os ruídos distantes e indistintos do mundo lá fora que me confortam. Gosto destes momentos raros em que deixo os meus pensamentos fluir em completa liberdade e a minha imaginação ultrapassa a minha memória. Normalmente, vejo surgir os rostos risonhos e luminosos daqueles que fizeram parte da minha vida e começo a separar as coisas boas das menos boas e retenho as primeiras intencionalmente. É assim que quase sempre engano a memória. Então, sorrio, e vejo desfilar perante mim, os vários capítulos, agrupados consoante as situações, chegando quase sempre à conclusão gratificante de que tudo valeu a pena e que todas as pessoas passaram por mim com um propósito e um desígnio e que o que elas deixaram é na maioria dos casos, algo que nunca esquecerei e que me fez crescer interiormente.
Não sei dizer se são os deuses que comandam este ciclo de constante renascimento, e que eu, nas suas mãos, sou apenas uma simples boneca de carne e osso, presa por fios invisíveis e finíssimos que me fazem andar ao sabor dos seus caprichos.
Sei, com toda a certeza, que o que sou intrinsecamente, não sofrerá alterações profundas.
Sei que o amor sempre me sorrirá.
Sei que a amizade é minha companheira eterna.
Sei olhar e ver
Sei distinguir
Sei ouvir e compreender
Sei perdoar
Podem brincar comigo, os deuses.
Há certezas que são inabaláveis, por isso, pisco-lhes o olho provocatoriamente, e entro nas brincadeiras, com a certeza de que, mesmo caindo na rede que eles tecem, volto a sair renascida.
Não temam os deuses. Brinquem com eles.
retirado do Google
Ao caminhar todos os dias
No sentido de um deserto de cimento e vidro
Sinto-me árida, desprovida de risos
Como se a natureza se tivesse resumido
A cactos por florir
E os que me observam e avaliam
Espinhos que me ferem
Hoje as flores estão recolhidas...
Blogs
Eléctricos de Lisboa e não só...
Memórias de um Músico de Baile
Prosa Poética de Maria Luisa Adães
Apagados mas guardados na memória
O meu Blog de Fotografia
Os meus outros caminhos
Desporto
Generalistas
Outros
"Sítios" imperdíveis
25 de abril(5)
abril(9)
adeus(9)
alegria(5)
amigos(30)
amizade(14)
amor(137)
aniversário(9)
ano novo(3)
arte(7)
ausência(17)
azuis(9)
beleza(7)
blog(41)
blogue(5)
café(3)
cinema(4)
cinza(3)
citação(29)
consciência(3)
cores(3)
dança(16)
descoberta(3)
desejos(7)
desencontro(4)
dia do livro(3)
dor(4)
encontro(4)
enganos(5)
escolhas(4)
escrita(3)
espectaculo(3)
eu(12)
fado(4)
férias(5)
filho(15)
fim(4)
flores(17)
fotografia(13)
fotos(11)
fotos minhas(4)
ilusão(3)
inquietação(3)
lágrimas(3)
liberdade(13)
lisboa(10)
livros(8)
lua(6)
luz(4)
mãe(7)
manhãs(4)
mar(19)
margarida(4)
máscaras(5)
memória(18)
miguel torga(7)
morte(6)
mulher(9)
música(19)
natal(8)
noite(19)
olhos(4)
pai(4)
paixão(16)
páscoa(4)
paz(9)
pintura(13)
poema(117)
poesia(85)
portugal(5)
primavera(6)
rugby(6)
saudade(24)
silêncio(15)
sol(5)
solidão(19)
sonho(9)
sonhos(4)
sophia m breyner(18)
tango(5)
tempo(14)
trabalho(5)
triste(4)
tristeza(15)
tu(4)
veneza(4)
vida(225)
video(17)
zeca afonso(4)