O pensador, Rodin
Num tempo de engano universal, dizer a verdade é um acto revolucionário.
George Orwell
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Pintura de António Peticov
Era uma noite igual a tantas outras.
Entrou na sala onde apenas se via a luz do pequeno candeeiro sobre a escrivaninha. O resto da casa estava às escuras com a excepção do hall de entrada que ela tinha por hábito deixar iluminado, para lhe dar a sensação de que morava ali mais gente.
Acendeu uma vela aromática para disfarçar o cheiro do tabaco e começou a escrever na tentativa de aliviar a melancolia que se começava a apoderar dela. No silêncio esmagador da sua solidão, apenas se ouvia o som das teclas do computador sob os seus dedos.
Não esperava visitas e certamente ninguém lhe iria bater à porta. Estava sozinha como na maioria das noites da semana, mas naquele momento tudo lhe era pesado.
Aquela, era uma daquelas noites em que precisava de ouvir dizer: Amo-te.
Fechou os olhos e imaginou-se a subir uma escada que a levasse para um mundo encantado onde os silêncios fossem leves, as palavras verdadeiras e as pessoas permanecessem para todo o sempre.
Um mundo onde a palavra "partida" não fosse conhecida.
MT-Teresa
(18/10/07)
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Temos fases na vida em que tudo nos corre bem e encaramos as coisas que nos vão acontecendo com optimismo e determinação. Nessas alturas, os desafios são enfrentados com coragem e tudo à nossa volta parece sintonizar-se de forma positiva e amigável, como que a abrir caminho para o sucesso e a auto-realização e não só estamos de bem connosco mas também com o resto das pessoas que nos cercam.
São períodos de bem estar, momentos de "tréguas" na vida agitada que levamos, tantas vezes insatisfatória e até frustrante. O trabalho corre-nos bem, as relações familiares decorrem sem sobressaltos, os amigos não nos desiludem e dizem presente mesmo sem precisarmos deles e até o amor nos sorri ou pelo menos não nos vira as costas.
Normalmente, costumamos até desconfiar de tanta coisa boa e perguntamos para nós próprios, o que será que está para vir, porque períodos de "fartura" nunca duram muito.
Por experiência própria sei (bem demais) que as "tréguas" são mesmo tréguas, e sei ainda que o drama é nunca sabermos quando acabam. Sabemos apenas que acabam.
Os estados de euforia seguidos de grande desanimo e até de tristeza são a constatação de que, mesmo sabendo essa verdade, nunca acreditamos muito nela. Ou seja, pensamos ser possível que as tréguas possam ser permanentes e por isso, como eu costumo dizer, esbanjamos sorrisos e olhares felizes, como se tivéssemos um escudo protector a evitar que sejamos atingidos por acontecimentos adversos.
Saber dosear os altos e baixos é encontrar o caminho para a estabilidade e o equilíbrio. Muitas pessoas conseguem, mas a maioria não sabe como o fazer.
No meu caso, continuo a aprender as lições que a vida me tem dado. Tem sido um curso longo, atribulado e com alguns "chumbos" pelo meio em que a "matéria" raramente é conhecida e os exames surgem sem dia marcado, no entanto nunca desisti de "estudar" e procuro sempre fazê-lo com honestidade e sem "cabular".
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Talvez seja por isso que os "Deuses" continuam a conceder-me tréguas!
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