Mal fora iniciada a secreta viagem,
um deus me segredou que eu não iria só.
Por isso a cada vulto os sentidos reagem,
supondo ser a luz que o deus me segredou.
David Mourão Ferreira
(desconheço o autor da imagem)
"Reflexo" Foto de MTeresaVivências
Nada garante que tu existas
Não acredito que tu existas
Só necessito que tu existas
David Mourão Ferreira
Natal à Beira-Rio
É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?
David Mourão Ferreira
.....
Um Bom Natal para todos.
.
Todo o amor que nos prendera
Como se fora de cera
Se quebrava e desfazia
Ai funesta Primavera
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia
Ai funesta Primavera
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia
E condenaram-me a tanto
Viver comigo meu pranto
Viver, viver e sem ti
Vivendo sem no entanto
Eu me esquecer desse encanto
Que nesse dia perdi
Vivendo sem no entanto
Eu me esquecer desse encanto
Que nesse dia perdi
Pão duro da solidão
É somente o que nos dão
O que nos dão a comer
Que importa que o coração
Diga que sim ou que não
Se continua a viver
Que importa que o coração
Diga que sim ou que não
Se continua a viver
Todo o amor que nos prendera
Se quebrara e desfizera
Em pavor se convertia
Ninguém fale em Primavera
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia
Ninguém fale em Primavera
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia
.
David Mourão Ferreira
.
Deixa ficar a flor,
a morte na gaveta,
o tempo no degrau.
Conheces o degrau:
o sétimo degrau
depois do patamar;
o que range ao passares;
o que foi esconderijo
do maço de cigarros
fumado às escondidas...
Deixa ficar a flor.
E nem murmures.Deixa
o tempo no degrau,
a morte na gaveta.
Conheces a gaveta:
a primeira da esquerda,
que se mantém fechada.
Quem atirou a chave
pela janela fora?
Na batalha do ódio,
destruam-se,fechados,
sem tréguas,os retratos!
Deixa ficar a flor.
A flor? Não a conheces.
Bem sei.Nem eu.Ninguém.
Deixa ficar a flor.
Não digas nada.Ouve.
Não ouves o degrau?
Quem sobe agora a escada?
Como vem devagar!
Tão devagar que sobe...
Não digas nada.Ouve:
é com certeza alguém,
alguém que traz a chave.
Deixa ficar a flor
David Mourão Ferreira
Blogs
Eléctricos de Lisboa e não só...
Memórias de um Músico de Baile
Prosa Poética de Maria Luisa Adães
Apagados mas guardados na memória
O meu Blog de Fotografia
Os meus outros caminhos
Desporto
Generalistas
Outros
"Sítios" imperdíveis
25 de abril(5)
abril(9)
adeus(9)
alegria(5)
amigos(30)
amizade(14)
amor(137)
aniversário(9)
ano novo(3)
arte(7)
ausência(17)
azuis(9)
beleza(7)
blog(41)
blogue(5)
café(3)
cinema(4)
cinza(3)
citação(29)
consciência(3)
cores(3)
dança(16)
descoberta(3)
desejos(7)
desencontro(4)
dia do livro(3)
dor(4)
encontro(4)
enganos(5)
escolhas(4)
escrita(3)
espectaculo(3)
eu(12)
fado(4)
férias(5)
filho(15)
fim(4)
flores(17)
fotografia(13)
fotos(11)
fotos minhas(4)
ilusão(3)
inquietação(3)
lágrimas(3)
liberdade(13)
lisboa(10)
livros(8)
lua(6)
luz(4)
mãe(7)
manhãs(4)
mar(19)
margarida(4)
máscaras(5)
memória(18)
miguel torga(7)
morte(6)
mulher(9)
música(19)
natal(8)
noite(19)
olhos(4)
pai(4)
paixão(16)
páscoa(4)
paz(9)
pintura(13)
poema(117)
poesia(85)
portugal(5)
primavera(6)
rugby(6)
saudade(24)
silêncio(15)
sol(5)
solidão(19)
sonho(9)
sonhos(4)
sophia m breyner(18)
tango(5)
tempo(14)
trabalho(5)
triste(4)
tristeza(15)
tu(4)
veneza(4)
vida(225)
video(17)
zeca afonso(4)