Segunda-feira, 19 de Novembro de 2007
Ouço a chuva bater nas vidraças.
E os cinzentos do dia entram triunfantes no meu quotidiano.
Vou tentar encontrar a paleta cheia de cores,
que guardo sempre de uma estação para a outra.
E pintar o Sol.
Depois,
retiro um pouco de azul aos meus olhos, e dou umas pinceladas ao céu.
Talvez resulte e consiga desnudar-me. Do cinza.
neste momento estou: a fugir dos cinzas
Domingo, 30 de Setembro de 2007
Era preciso agradecer às flores
Terem guardado em si,
Límpida e pura,
Aquela promessa antiga
Duma manhã futura.
Sophia de Mello Breyner
......
Neste fim de tarde em que os ares frios e as chuvas do Outono já começam a chegar, senti de repente a nostalgia. Nunca gostei do Outono apesar dos tons magníficos com que as árvores se pintam. Fazem-me falta os dias lentos e as noites cálidas de Verão, onde quase se podem contar as estrelas e retribuir o sorriso da lua.
A minha despedida do Verão é em azul e recebo o Outono também em azul para enganar os cinzas.
neste momento estou: A despedir-me do Verão
Terça-feira, 19 de Junho de 2007
Foto de MT
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Visto-me de azul todos os dias.
O sorriso é azul-celeste
O olhar é azul-mar
.
Até as ruelas que cruzo
E as pedras da calçada
Roubam as flores do céu
Quando ficam azuladas
.
De rosas me vesti hoje
Para emoldurar o encanto
Dos sonhos com que me deito
.
Pintei de rosa os azuis
De que são feitos os prantos!
.
neste momento estou: rosada
Domingo, 17 de Junho de 2007
"Pássaro Azul " de Isabel Nadal
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À tardinha
desceu sobre o meu rosto
a melancolia...
à mesma hora
onde outrora
me perdi
no calor
dos teus braços
Os meus olhos desaparecem
e do azul pouco resta
a não ser um traço
oblíquo
gasto
Sobre o meu corpo
começam a florir
as sementes de solidão
que o acaso depositou
nos meus gestos
confiantes
O meu rosto
transfigurado
branco
procura as mãos
que lhe secaram o pranto
e as rosas
com que acariciaste
os seus vincos
Debato-me
grito
e
rejeito!
.
Esta tristeza que me espreita
dos abismos
.
Teresa E
.
.
ao som de: Madredeus
neste momento estou: só
Segunda-feira, 20 de Novembro de 2006
Os desejos voltaram a sair de mim
E os meus olhos ficaram brancos de novo
Os azuis repetidamente se pintam da cor do nada
E as cores ... As cores que eu mesma criei
Riem-se de mim nesta madrugada
Pinto-me com reflexos de vermelho
Quando me amas
Emendo o teu esboço a preto
Quando me deixas
E os meus sonhos
Desenhados em folha branca
Mal se distinguem
Dos traços coloridos
Da tua ausência
Teresa E.
07/08/06
Domingo, 19 de Novembro de 2006
Em algum lugar
Dos meus olhos
Viajantes
Te encontro
Perdido nos
Azuis do mar
Que são reflexos
Do meu olhar
Teresa E.
09/06/06
neste momento estou: A precisar de um café
Quinta-feira, 16 de Novembro de 2006
Ainda que a tua voz me chegue
Tão doce e terna como o teu amar
Espero ansiosa o teu olhar
Que tarda tanto em ser entregue
Imagino que é soturno e baço
Como a cor com que te vestes
Mas, podes crer, quando vieres
Será azul... no meu regaço
E os dois..a olhar no mesmo espaço
Que a ausência teimou pintar de branco
Ficaremos, por fim, em tal encanto
Perdidos de amor, sem embaraço
Teresa E.
05/10/06
ao som de: Pink Floyd ( I Wish you were..)
neste momento estou: Pensativa
Sábado, 30 de Setembro de 2006
Quando acordei, fui ver as árvores e o campo, como faço todas as manhãs. A minha janela está sempre aberta e por isso o tempo nunca me surpreende. Hoje por exemplo, o meu quarto estava ainda escuro e um pouco triste, devido à ausência de sol e de luz , porque nesta manhã de Outono, Lisboa acordou cinzenta e chuvosa.
Não gosto dos dias assim. O cinzento passa do céu, directamente para mim. Pensei no significado da palavra cinzento e senti que preciso de outro termo para definir este estado de alma. Se a minha lingua materna fosse o Inglês, seria "blue".
Neste dias, vejo sempre umas aves brancas, no campo, em frente à minha casa. Não sei o que são, mas também não procuro saber, porque neste óasis de verde, que todas as manhãs me regala o olhar, tudo é possível, até acordar com o som dos tractores a lavrar a terra. É em Lisboa que eu vivo, mas por mero acaso, escolhi morar neste sítio que o tempo ainda não transformou por completo. Ainda tenho o verde e os pássaros que repousam aqui de vez em quando e ainda consigo ver o nascer do Sol e o sorriso da Lua cheia nas noites de Verão.
Nesta manhã cinzenta de Outono, em que a solidão esperava o meu acordar, gostava de partilhar a minha janela contigo. Tomaríamos o café, acabado de fazer, em silêncio consentido mas cheio de significados e quando me olhasses, cheio de ternura e amor, o azul dos meus olhos espalharia a sua cor pelo céu e esta manhã passaria a ser radiosa e cheia de luz.
Mas tu não estás e, hoje, o meu olhar deixou de ser azul e está da cor do dia..."blue" !
Teresa E.
30/09/06
Sexta-feira, 15 de Setembro de 2006
Mesmo em silêncio
Os meus olhos falam
E ditam as palavras
Que os meus lábios
Cerrados teimam
Em te esconder
Só eles me denunciam
Porque te dão
A imagem clara
Do meu sofrer
Do meu amor
Da minha solidão
E da maresia do
Meu olhar azul
Nascem sulcos
De água fresca
Que escavam rugas
No meu rosto de areia
E se não vieres
Ficarei desfeita
Pela força do mar
Que é azul e verde
Como o meu olhar
Mar
(T.E.)