Quando o sol é da cor das searas
que brotam dos teus lábios
e os espinhos do teu roseiral
se transfiguram em doces rimas,
sinto-te árvore de fresca sombra
com poemas na ponta dos ramos.
Quando em noites de solidão
os luares te despertam os sentidos
e a dor se mistura com os desejos,
a paixão desenfreada
começa a arder em fogo lento
no teu corpo,
e sem pudor, escapam,
dos teus sonhos delirantes,
os resquícios da saudade
adormecida e inquietante.
Sim, és sombra eterna
a desafiar os instintos amordaçados,
tens um travo a maresia, olhos
de planícies lisas e solitárias,
e inventas palavras, certas,
com que te escreves de poeta.
MT-Teresa (16.11.07)
(dedicado)
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