
Para quem ama, não será a ausência a mais certa, a mais eficaz, a mais intensa, a mais indestrutível, a mais fiel das presenças?
Marcel Proust
De J.S. a 7 de Novembro de 2007 às 06:52
Bom dia Teresa
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Com votos de um bom dia, deixo-te aqui a "Ausência" de Drummond de Andrade.
bjo
J.S.
De
MT-Teresa a 7 de Novembro de 2007 às 18:27
Obrigada pela visita
Bj
De Margarida a 7 de Novembro de 2007 às 12:32
A Ausência também nos traz a esperança da presença.

De
MT-Teresa a 7 de Novembro de 2007 às 18:28
Às vezes...!

De
mariola a 7 de Novembro de 2007 às 21:35
Ausências…
Se tu ouves os meus silêncios, com saudade,
É porque em ti deixei
A serena virtude, do entendimento.
Deixei em ti momentos de raridade,
Porque foram em ti, as palavras que eu amei,
Como se tu fosses um poema. O meu pensamento!
Foram os meus verbos e as tuas expressões,
Que nos ensinaram a gramática da paixão.
Traços únicos de tanto querer!
Foram os meus sonhos e as tuas ilusões,
Que deram à tua esperança, a forma do meu coração
E ao meu destino, uma outra sina… escrever.
Agora, são outros… os nossos momentos!
São a inestimável distância de um adeus,
Talvez a pausa para nos ouvirmos francamente,
Em silêncios… sim, tristes como tormentos
E solenes, tal como divinos, por cruzarem os céus
Mas, de certeza… inocentes! Totalmente.
Que sentido podem ter, afinal…
Palavras anónimas, sem rosto e sem perfume!
Palavras soltas… talvez sobrantes,
De um outro pecado, original.
De um outro azedume…
Ou talvez, quando fomos de… outros amantes?
07.11.07
Vasconcelos
PS: Este é o meu contributo para a temática que sugeriu!
Beijo
Vasconcelos
De
MT-Teresa a 7 de Novembro de 2007 às 21:56
Hoje voltei a ler coisas antigas. Pensei que este espaço deixou de ser só meu, ou pelo menos deixei de o sentir assim. Aqui se cruzou muita gente que lhe deu vida, cor e "calor", com as suas "Vivências", poemas, textos.
Hoje senti alguma tristeza porque também senti saudades desses sinais de "vida" a pulsar aqui.
Tudo tem um tempo. Denoto algum cansaço em mim e também nos outros. Pela 1ª vez deste que criei este espaço, interroguei-me sobre se valeria a pena continuar e até senti vontade de simplesmente apagar tudo.
A sua presença hoje aqui, Vasconcelos, talvez seja uma coincidência, ou será que não há coincidências?
Telepatia..talvez?...Não...também não foi...
Isto tudo para lhe dizer que o Vivências sem certas pessoas não faz sentido. Uma delas é o Vasconcelos.
Obrigada por ter "adivinhado" o peso da ausência que
sinto em mim. e por deixar que eu saiba das "suas" ausências.
Obrigada pelo poema magnífico...e triste!
(mas...os Poetas são tristes, mais que fingidores)
Um beijo
De
Visitante a 9 de Novembro de 2007 às 18:51
Ausência?
Porque não?
Afinal, com um crescendo
de esmero
e alguma paciência,
Se fortalece a noção
do desvanecendo
até ao absoluto e final zero.
(à força de querer rimar
saiu-me este disparatar)
Beijinho repenicante
do ultimamente
muito ausente
Visitante
De
MT-Teresa a 12 de Novembro de 2007 às 19:42
Mas um "disparate" com sentido, digo eu.
Talez tenhas razão quanto ao "final zero"! Afinal é no que a ausência definitiva se torna.
O pior é a memória...que fica!
Bjs
De
myself a 10 de Novembro de 2007 às 22:12
Proust era um grande mestre na escrita e nas definições. Mas para quem ama eu prefiro a presença real.
De
MT-Teresa a 12 de Novembro de 2007 às 19:46
Eu também, sem sombra de dúvida e quando se ama, nunca ou quase nunca nos lembramos do "depois"
mas ele existe...Ah!..se existe.
Obrigada pela visita e volta sempre
De
Méon a 12 de Novembro de 2007 às 07:35
Frase paradoxal. Percebo o Proust, acho eu. É como aquela de dizer que a vida é o mais certo caminho para a morte, E, para que isso não aconteça, mato-me já!
O que fica é essa verdade ENORME: a vida´tem a incoerência de um sonho'...
Saudações
De
MT-Teresa a 12 de Novembro de 2007 às 19:48
Não é o amor um paradoxo?
Quanto aos sonhos...muitas vezes são mais coerentes do que a vida...o pior é o acordar.
Obrigada pela visita e volta sempre
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