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Se alguém perguntar por mim, procurem no mar...
...talvez eu volte quando me encontrar!
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Porque não vens agora, que te quero
E adias esta urgencia?
Prometes-me o futuro e eu desespero
O futuro é o disfarce da impotência....
Hoje, aqui, já, neste momento,
Ou nunca mais.
A sombra do alento é o desalento
O desejo o limite dos mortais.
Miguel Torga
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Temos fases na vida em que tudo nos corre bem e encaramos as coisas que nos vão acontecendo com optimismo e determinação. Nessas alturas, os desafios são enfrentados com coragem e tudo à nossa volta parece sintonizar-se de forma positiva e amigável, como que a abrir caminho para o sucesso e a auto-realização e não só estamos de bem connosco mas também com o resto das pessoas que nos cercam.
São períodos de bem estar, momentos de "tréguas" na vida agitada que levamos, tantas vezes insatisfatória e até frustrante. O trabalho corre-nos bem, as relações familiares decorrem sem sobressaltos, os amigos não nos desiludem e dizem presente mesmo sem precisarmos deles e até o amor nos sorri ou pelo menos não nos vira as costas.
Normalmente, costumamos até desconfiar de tanta coisa boa e perguntamos para nós próprios, o que será que está para vir, porque períodos de "fartura" nunca duram muito.
Por experiência própria sei (bem demais) que as "tréguas" são mesmo tréguas, e sei ainda que o drama é nunca sabermos quando acabam. Sabemos apenas que acabam.
Os estados de euforia seguidos de grande desanimo e até de tristeza são a constatação de que, mesmo sabendo essa verdade, nunca acreditamos muito nela. Ou seja, pensamos ser possível que as tréguas possam ser permanentes e por isso, como eu costumo dizer, esbanjamos sorrisos e olhares felizes, como se tivéssemos um escudo protector a evitar que sejamos atingidos por acontecimentos adversos.
Saber dosear os altos e baixos é encontrar o caminho para a estabilidade e o equilíbrio. Muitas pessoas conseguem, mas a maioria não sabe como o fazer.
No meu caso, continuo a aprender as lições que a vida me tem dado. Tem sido um curso longo, atribulado e com alguns "chumbos" pelo meio em que a "matéria" raramente é conhecida e os exames surgem sem dia marcado, no entanto nunca desisti de "estudar" e procuro sempre fazê-lo com honestidade e sem "cabular".
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Talvez seja por isso que os "Deuses" continuam a conceder-me tréguas!
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Foto MT
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Vive de modo que nunca te envergonhes se for divulgado ao mundo o que fazes ou dizes… ainda que o que for divulgado não seja certo
Richard Bach
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As minhas Vivências e as vossas.
Os meus sentires, desabafos, dores,
alegrias, amores, amizades,´paixões, desilusões, tristezas
e tudo ou quase tudo o que me vai na alma
e que partilho anónimamente com todos os que por aqui já passaram.
OBRIGADA
Foto de Yuri Bonder
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Só me conhece quem olhou fundo nos meus olhos
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Al perderte Yo a ti
Tú y Yo hemos perdido
Yo porque tú fuiste lo que Yo más amaba
Y tú porque Yo era el que te amaba más.
Pero de nosotros dos
Tú pierdes más que Yo:
Porque Yo podré amar a otras
Como te amaba a ti
Y a ti no te amarán
Como te amaba Yo.
Ernesto Cardenal
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Pintura de Turner
Água, sal e vontade - a vida!
Azul - a cor do céu e da inocência.
Um lenço a colorir a despedida
Da galera da ausência...
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Mar tenebroso!
Mar fechado e rugoso
Sobre um casto jardim adormecido!
Mar de medusas que ninguém semeia,
Criadas com mistério e com areia,
Perfeitas de beleza e de sentido!
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Vem a sede da terra e não se acalma!
Vem a força do mundo e não te doma!
Impenitente e funda, a tua alma
Guarda-se no cristal duma redoma.
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Guarda-se purificada em leve espuma,
Renda da sua túnica de linho.
Guarda-se aberta em sol, sagrada em bruma,
Sem amor, sem ternura e sem caminho.
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O navio do sonho foi ao fundo,
E o capitão, despido, jaz ao leme,
Branco nos ossos descarnados;
Uma alga no peito, a flor do mundo,
Uma fibra de amor que vive e treme
De ouvir segredos vãos, petrificados.
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Uma ilusão enfuna e enxuga a vela,
Uma desilusão a rasga e molha;
Morta a magia que pintava a tela,
O mesmo olhar de há pouco já não olha.
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Na órbita vazia um cego ouriço
Pica o silêncio leve que perpassa...
Pica o novo feitiço
Que nasce do final de uma desgraça.
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Mas nem corais, nem polvos, nem quimeras
Sobem à tona das marés...
O navio encalhado e as suas eras
Lá permanecem a milhentos pés.
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Soterrados em verde, negro e vago,
Nenhum sol os aquece.
Habitantes do lago
Do esquecimento, só a sombra os tece...
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Ela és tu, anónimo oceano,
Coração ciumento e namorado!
Ela que és tu, arfar viril e plano,
Largo como um abraço descuidado!
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Tu, mar fechado, aberto e descoberto
Com bússolas e gritos de gajeiro!
Tu, mar salgado, lírico, coberto
De lágrimas, iodo e nevoeiro!
Miguel Torga
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"Enquanto era a razão que me guiava, andava às apalpadelas: agora é o inconsciente e cessaram todas as dúvidas."
Raul Brandão, Húmus
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Esta noite fui abrir o perfume inebriante onde a minha alma se perdeu, fechei os olhos à saudade imensa que aprisiona os meus desejos e mergulhei a memória nas tardes e noites em que, enamorados, os nossos corpos cantaram hinos de alegria, êxtases e suspiros, em perfeita harmonia de sentires.
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Agora, apesar de passear solitáriamente pelos jardins encantados do nosso amor, lanço o meu olhar azul, um pouco esbatido pela cor da tua ausência, aos horizontes prometidos de pássaros azuis e águias douradas que sei nos serão devolvidos quando chegar o tempo do reencontro.
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Sei que ouves a minha voz onde quer que te tenham aprisionado e quero que saibas que ressoam na minha casa os teus passos e os teus risos feitos das flores que descobriste no meu corpo.
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A minha alma nasceu a partir da tua
e o mar que me inunda tem origem nas águas do teu rio.
Hoje, o que eu escrevo com cor de sangue,
sou eu a desfazer-me em lágrimas.
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Teresa (MT)
01/08/07
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