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ando pela vida
de olhar atento
triste
ao mesmo tempo
ausente
quase perdida
pouco tenho
e até o amor
já não me lembro
a quem o dei
de folhas secas
vestida
caminhos cerrados
avisto
chamam-me
vultos sombrios
que me acenam
desesperados
.
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dos meus amores
fica o sabor
salgado
restos do mar
onde me lavo
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Teresa E
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Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
Alvaro de Campos
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Ao meu filho que vai estar de novo em jogo, com as cores de Portugal vestidas, bem longe...
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Escrito em 27 Nov 2004
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Boa sorte, para ti e para todos os que te acompanham em mais esta viagem
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"amor-perfeito" foto de MT
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Despedimo-nos rapidamente sem olharmos um para o outro
Já tínhamos dito quase tudo.
Por isso, num desviar de olhos, cúmplice e significativo, calámos o resto.
O que faltava dizer. O que não precisou de ser dito.
Entrei no carro, acenei-te um adeus, mascarado de até amanhã.
Arranquei devagar e ainda te vi a olhares-me.
Voltei a cara, liguei o rádio e senti uma lágrima a deslizar.
Olhei em frente, determinada a não chorar e acelerei em direcção a casa.
Com os olhos postos no futuro.
Sem ti...
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Acordei ao som do Louis Amstrong e logo depois ouvi que Lisboa está com 4 graus de temperatura.
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Convido-vos a esquecer o frio e a pensar na Primavera.
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Boa sexta feira
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Louis Amstrong (what a wonderful world)
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Abri o e-mail e encontrei esta mensagem:
Olá maramar,
Encontrámos a sua foto no Fotos SAPO, e gostámos tanto que decidimos destacá-la na página principal do serviço (http://fotos.sapo.pt).
Caso não chegue a tempo de ver a sua foto online, junto enviamos um screenshot da página inicial, no momento em que a sua foto foi destacada.
Para ver outros destaques realizados e ficar a par de todas as novidades deste serviço, visite o Blog oficial do Fotos SAPO (http://fotos.blogs.sapo.pt).
Parabéns e obrigado por usar o Fotos SAPO.
Susana Teodoro
SAPO Fotos
PT.Com
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Agradeço ao Sapo Fotos o destaque.
Confesso que fiquei surpreendida. Gosto de fotografia e nunca tive uma máquina capaz. O meu filho ofereceu-me uma Olympus (digital) neste Natal e eu de "máquina em punho" comecei a experimentar.
Esta flor (será malmequer?) estava assim, radiosa, há duas semanas, num vaso na minha Casa das Flores - Um dia de sol em pleno Inverno.
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Foi comprada e "mudada" pela minha amiga Clara cujas mãos devem ser mágicas. Nada morre quando é ela a plantar, mudar, podar e até semear.
Este destaque é também para ela. Sem a flor não podia ter havido fotografia.
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E...quando chegar a Primavera, vamos encher o meu (Vivências) e o dela (Clareando) de flores, para repartir com quem nos visita.
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Teresa E( maramar no sapo fotos)
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Chamam-lhe Cravos da India e dão colorido e beleza à minha "horta" (mesmo no Inverno)
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Sendo "alfacinha de gema" e pouco habituada à vida no campo, a minha mãe fica de boca aberta e diz-me muitas vezes:
- Como tu gostas dessa "parvalheira" !
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Eu, com alguma paciência, explico-lhe (mais uma vez) que me faz bem, ao corpo e ao "espirito", sair da cidade aos fins de semana e ir para a "parvalheira", revolver a terra, respirar ar puro, ver o mar (ali tão perto), sentar-me cá fora com o sol a aquecer-me, e não pensar em nada.
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As coisas simples fazem bem!
(a minha amiga Clara que sempre me acompanha que o diga...)
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Bom fim de semana
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Da minha "horta" transformada em jardim na Casa das Flores
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Um malmequer silvestre
para enfeitar a vossa mesa do café da manhã
com desejos de um BOM DIA
que promete ser de
SOL
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Voz Activa
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Canta, poeta, canta!
Violenta o silêncio
conformado
Cega com outra luz a luz
do dia
Desassossega o mundo
sossegado.
Ensina a cada alma a sua
rebeldia.
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Miguel Torga
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Quando a porta se abriu, perguntaram-lhe o nome e com um gesto fizeram-na percorrer um corredor comprido e escuro. Sempre em silêncio, indicaram-lhe uma cadeira para se sentar, no que parecia ser a sala de espera. Fria e quase despida de mobília. Olharam uma para a outra mudas. Não se atreviam a falar, já estava tudo dito e tudo decidido. Restava-lhes esperar pela "sua vez". E ter esperança de que tudo corresse bem.
Ele, o namorado, esperava na rua.
Tinham avisado:
- Nada de homens, se quiser pode trazer uma acompanhante.
Enquanto ali estava, só conseguia pensar que estava a pôr em risco a sua liberdade e até a própria vida. Teria dores, hemorragias? Se algo corresse mal, não tinha hipóteses de ser assistida, naquela casa onde "só" faziam abortos clandestinos. Pensou na mãe que nem sonhava que ela estava a passar por aquilo. Não pensou no filho que não queria. Pensou em si. Mulher jovem, solteira, a cometer um crime à face de uma lei, que os homens e a Igreja teimavam em impor às mulheres.
Finalmente chamaram-na. Entrou naquele quarto, onde estava uma mulher vestida de branco, uma maca, uma mesa com uns quantos instrumentos, que ela preferiu não "ver", uma bacia e uma cadeira.
A primeira pergunta que ela fez foi:
- Vou ser anestesiada?
Lembra-se que lhe colocaram uma espécie de máscara, como a dos pintores. Lembra-se de ouvir um som, como se fosse uma torneira a pingar. Lembra-se do pavor que sentiu. Mais nada!
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Quando começou a acordar, viu a mulher vestida de branco.
Disse-lhe que tinha corrido bem, mas...
- A menina tem o útero torto, sabia?
- Eu não, respondeu ela
- Por isso, tem que vir cá amanhã, para eu ver se ficou tudo limpinho.
- Não pode ver isso, hoje? Agora?
- Não!
Sentiu-se impotente, aterrorizada. Pagou e saiu daquele último andar de um prédio antigo de Lisboa, a chorar enquanto descia as escadas. Teve que se recompor uns minutos antes de ir para a rua.
Não podia dar nas vistas. O namorado percebeu que algo não estava bem. Só lhe contou quando se sentiu a salvo, em casa da amiga.
Foi como se tivesse feito dois abortos. No dia seguinte, lá estavam de novo, aqueles dois jovens e a amiga de ambos. Clandestinamente perdidos e amedrontados.
A "senhora" de branco recebeu-a com maus modos e apressadamente. Quase sem anestesia, deitada naquela maca, ela apercebeu-se de tudo. O pavor que sentia era tal, que nem se lembra de ter tido dores.
A certa altura, ela ouviu " que já estava tudo bem".
Vestiu-se. Saiu sem olhar para trás. Jurou a si própria que tudo faria, para nunca mais ter de passar por aquilo, daquela forma.
Não foi presa, não ficou estéril, não morreu.
Mas nunca esqueceu!
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(Quando decidiram os dois, já casados, que era a altura certa - tiveram um filho, amado e desejado)
Teresa E
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Estou de férias mas ainda em casa e de repente senti um impulso de ir ler os comentários que por aqui foram deixando os meus amigos (que me conhecem da vida..lá fora) e dos outros, anónimos, que me vão conhecendo aqui - pelos meus escritos.
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Alguns têm "recantos" que eu visito regularmente e através deles, começo também a conhecer um pouco as suas "vivências" e sentires.
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Há, no entanto alguém, que não posso visitar (porque anónimo sem espaço próprio e completamente desconhecido para mim) que foi o primeiro a comentar-me e que se tornou em determinada altura, parte integrante deste espaço e que lhe "emprestou" mais colorido e vida.
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Para esse alguém...que deixou de "estar" ...a minha saudade e as palavras do David Mourão Ferreira
De amor nada mais resta que um Outubro e quanto mais amada mais desisto: quanto mais tu me despes mais me cubro e quanto mais me escondo mais me avisto. E sei que mais te enleio e te deslumbro porque se mais me ofusco mais existo. Por dentro me ilumino, sol oculto, por fora te ajoelho, corpo místico. Não me acordes. Estou morta na quermesse dos teus beijos. Etérea, a minha espécie nem teus zelos amantes a demovem. Mas quanto mais em nuvem me desfaço mais de terra e de fogo é o abraço com que na carne queres reter-me jovem. . Natália Correia .
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O tempo do vendaval
governa ainda os meus dias.
E um arrais de neves frias
põe cansaços de metal
nas doces melancolias.
Nas noites de lume fosco
sobre a água corredia,
um rosto que não tem rosto
e que se esfuma no dia
preside ao branco cenário
de uma única harmonia ...
Vendaval de mãos tão frias:
deslaça-me estes cabelos,
abre-me os braços sem elos,
faz de mim águas sombrias,
sem canto de rouxinóis
nem folhagem protetora,
nem melodias de aurora,
nem mansos beijos de sóis.
Inunda-me estes ouvidos
de raízes muito velhas;
põe longe as festas vermelhas
que eu tive nos meus sentidos,
e de uma vez para sempre
livra-me toda de mim.
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