Domingo, 31 de Dezembro de 2006
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(Vivências
No mar da minha vida...)
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Janela aberta
onde passeiam sorrisos
soalheiros, floridos,
e espreitam sombras
atrevidas,
que atiram beijos furtivos.
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A todos vós, que se "passeiam" pela minha "janela"
quero desejar um BOM ANO 2007
Obrigada
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neste momento estou: de azul vestida
Sábado, 30 de Dezembro de 2006
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Li ontem no Blogue "Memória Virtual" o artigo de Pacheco Pereira ("dono" do Abrupto) sobre o fenómeno "assustadoramente" crescente da Blogosfera, e de Miguel Sousa Tavares que foi acusado de Plágio num Blogue anónimo.
Não comento, e quem não os conhece (os artigos), pode ler aqui: http://memoriavirtual.wordpress.com
No entanto, os ditos artigos fizeram-me pensar (apesar de eu pertencer aos 90% dos que fazem blogues-lixo, ainda consigo pensar) que tenho de:
- marcar uma consulta no psiquiatra (na caixa de previdência pois não tenho dinheiro para um privado), porque estou a sentir-me alienada, desde que juntei uns euros para comprar um PC e instalei a Internet (com fios..porque à outra, não lhe chego)
- inscrever-me num curso intensivo, nocturno, porque durante o dia trabalho para (sobre)viver, e assim posso aprender (rapidamente) a escrever coisas que vão ser lidas por "milhões" sem erros ortográficos e com interesse cultural, politico ou social.
- pedir a todos os intelectuais, escritores e poetas (com obra publicada), professores, políticos cá da praça, jornalistas, artistas, apresentadores etc. (que também andam nesta vida dos blogues), que me deixem "desabafar" anonimamente e por escrito o que me vai na alma
- escrever uma carta ao Sócrates (só depois de frequentar o tal curso) a perguntar-lhe se vai ser criado algum novo imposto sobre a propriedade (gosto sempre de cumprir com as minhas obrigações fiscais e tenho que fazer contas) uma vez que sou dona de um blogue e tudo indica que não tenho direito a possuí-lo, por não cumprir os requisitos mínimos exigidos
Depois de "pensar" muito nisto tudo, das "resoluções" acima descritas (que não são resultado do "balanço de fim de ano") e após ter lido no Clareando da minha amiga Clara (outra que faz parte dos tais 90%) que o seu Blogue (segundo ela própria escreveu) é um blog com letra minúscula, decidi tornar públicos os meus pensamentos, porque felizmente e por enquanto ainda sou livre de o fazer.
Desculpem os leitores da Maria e afins, por este meu texto ser tão "intelectualizado" , mas para o poder publicar necessitei de ir ao dicionário
BOM ANO 2007
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Teresa E (anónima)
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neste momento estou: aliviada
Desci penosamente
a escada que erigi
para chegar a ti
fiz uma pausa
quando cheguei ao fim
e não me perguntes
o que me impediu
de saltar para o outro lado
(aquele que separa o ontem do amanhã)
porque não sei
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O que foi, já esqueci
O que vai ser
não quero saber
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Estou ainda sentada
no último degrau,
e olhando o mar
serenamente
só sei que cresci
(por mim)
e quando te olhar
saberei
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Teresa E
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ao som de: Madredeus
neste momento estou: em paz
A chuva ia e vinha como uma cortina que ora se fecha ora se esgarça, e ele acrescentou, com o candeeiro levantado e os olhos cravados nos dela -"Nunca te dei nada"
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Lidia Jorge, O Vale da Paixão
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Saddam Hussein foi executado momentos antes das 6 da manhã, hora local, naquele que é considerado o dia mais sagrado do calendário muçulmano
Ler noticia aqui : http://info.sapo.pt/nn/714702.html
Sexta-feira, 29 de Dezembro de 2006
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Leva contigo a minha imagem, dançando à noite para ti e guarda o meu cheiro inebriante a jasmim que ficava quando fechavas os olhos e perdidamente me amavas, a sonhar.
(Colocavas flores nos meus cabelos, luas nos meus olhos e num passo de magia, as nossas noites solitárias transformavam-se em dias de sol)
Esconde-me no lugar mais inacessível que possas encontrar
Assim... quem sabe?
A memória, da minha passagem por ti, possa ficar e não se esfume como eu
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Teresa E
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Um bom café logo pela manhã prepara o dia que hoje acordou cinzento ( em Lisboa)
Tenham um BOM DIA e aproveitem para arrumar "gavetas" que o ano está a chegar ao fim
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Teresa
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neste momento estou: ensolarada
Quarta-feira, 27 de Dezembro de 2006
"Solidão" de Edward Raymes
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Meu amigo distante
Dou por mim a escrever, nesta madrugada
em que o calor me fez despertar.
Os sons da manhã já me chegam,
difusos mas reveladores da vida
que vai despontando nesta cidade ainda adormecida.
Vai estar de novo um dia tórrido.
Penso na floresta ardida e nos incêndios que já lavram,
neste Portugal verde que já mudou para a cor cinza
em grande parte do território.
Penso na Amazónia e no pranto das árvores
cortadas e incendiadas.
Penso nas distâncias e no mar
que separa os nossos dois Continentes.
Penso nas semelhanças.
Sem saber bem a razão- e isso importa?
"Surgiu-me" um Acróstico
Com o seu nome... meu amigo distante
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Jardins por ti sonhados
Ocultam amores perfeitos
Tantas vezes desejados
Adornados a teu jeito
Habitam no teu peito
Árvores pintadas de prantos
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Teresa E.
(Junho 2006)
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Terça-feira, 26 de Dezembro de 2006
Choro águas de um rio desconhecido ruidoso e desordenado que escorre pelo meu corpo já hirto pela tua ausência continuada
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O teu silêncio pertence-me e sem saberes
incendeias-me as entranhas
e perco-me
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no teu olhar que não vejo,
nas tuas carícias que não sinto
e na tua boca que não beijo.
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Esvaem-se-me os olhos em sangue, cegos de paixão
e morro
sem saber de ti
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Teresa E.
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neste momento estou: ainda triste
"Sea Escape" de Monet
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.
Miguel Torga
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neste momento estou: tristonha
Segunda-feira, 25 de Dezembro de 2006
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Nesta manhã de Natal o meu abraço
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Teresa
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neste momento estou: Bem
Domingo, 24 de Dezembro de 2006
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"Dezembro é extremo, é decisivo,
é palco de todas as recordações,
é mais um álbum que se fecha.
Dezembro é quando eu me
lembro mais da minha impermanência
e de que sou só um grão de areia
oscilando ao sabor das dunas intermitentes
do destino que nunca cansa
de se modificar"
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FELIZ NATAL A TODOS QUE POR AQUI PASSAM
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TERESA
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neste momento estou:
Sábado, 23 de Dezembro de 2006
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Se a música te chegar
Tão docemente, como a mim
Não estranhes!
Sou eu a chamar por ti
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ao som de: Chopin
neste momento estou: sem sono
Sexta-feira, 22 de Dezembro de 2006
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Sonhei com cores cinza e branca
Agitei meu ser com sons vagos
Voltei meus lencóis do avesso
Percorri as brumas do incerto
Gemi as dores que são tuas
Somei tua tristeza à minha
Murmurei queixumes diversos
Apaguei a luz da memória
Confundi o Sol com a Lua
Procurei uma estrela sem luz
Expulsei anjos e demónios
Atei meus laços perdidos
Abri os meus olhos sem ódios
Senti a esperança em mim
Beijei o teu rosto querido
Acordei de um sono sem fim
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Teresa E.
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Matisse
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
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Florbela Espanca
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neste momento estou: bem
Quinta-feira, 21 de Dezembro de 2006
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Hoje durante a hora de almoço entrei numa loja e deparei-me com uma mini exposição de Caixinhas de Música.
Fiquei parada e deliciei-me a olhar para elas porque desde a minha infância, estas pequenas maravilhas me fascinam.
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Atendendo ao seu preço e ao fim a que se destinam:
- Serem simplesmente olhadas e ouvidas
resisti à tentação e lá ficaram à espera de outro comprador mais endinheirado que eu.
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Nunca tive uma...
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Qualquer dia finjo que sou criança e compro uma Caixinha de Música, daquelas com a bailarina a dançar.
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neste momento estou:
ao som de: Madredeus
Quarta-feira, 20 de Dezembro de 2006
"From the Lake" de G. O Keeffe
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Adormeci no teu sonho
e parei no tempo de uma noite sem lua
Não digas nada nem me abraces
Olha-me apenas!
Como se eu fosse água a escorrer pelos teus dedos
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Não me roubes a magia
Nem me obrigues a dizer o que não posso
Fica apenas com o teu sonho
Eu sou apenas fantasia
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Teresa E.
neste momento estou: gelada
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"... Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim."
Drummond
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Para todos os ausentes
Mas presentes...em mim
Memórias vivas
De amor
Amizade
Carinho
Felicidade
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Terça-feira, 19 de Dezembro de 2006
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"Uma coisa é o amor, outra é a relação. Não sei se, quando duas pessoas estão na cama, não estarão, de facto, quatro: as duas que estão mais as duas que um e outro imaginam "
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António Lobo Antunes
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neste momento estou: bem
Segunda-feira, 18 de Dezembro de 2006
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Hoje a minha "caixa" de cimento e vidro está muito calma! Se não fosse o calor asfixiante ( quando se liga o ar condicionado) e o frio intenso que se sente ( quando não se aguenta e se desliga, o dito), diria mesmo que é um daqueles dias "leves".
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Surpreendentemente a "retaguarda", na época de Natal e de Fim de Ano, não tem "Stress" e isso sabe-me bem apesar de todas as implicações negativas que isso trouxe ao "meu percurso" .Tudo tem um preço ou como eu costumo dizer, uma factura a pagar. Escolhi a paz e a preservação da minha sanidade mental consciente da opção que estava a fazer. O que eu tinha, apesar de alguns benefícios, estava a dar cabo de mim, mas felizmente parei a tempo. Há pessoas que não conseguem e por vezes as consequências são irreversíveis e até fatais.
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Quando estava na "frente" estes dias eram frenéticos e de completa loucura. Os "números" finais que não chegavam à "fasquia" exigida (e o fim do ano tão perto), as reuniões, as boas festas que quase todos faziam questão de dar pessoalmente, os almoços de Natal, as prendas que se recebiam e os agradecimentos...enfim, quase não sobrava tempo para tratar do meu Natal. Acho que por causa desta "vivência" alucinante, habituei-me a deixar tudo para a última hora.
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Este ano não fugi à regra. Apesar de ter mais tempo, ainda não preparei nada. Procuro contrariar os hábitos consumistas, que assaltam quase toda a gente, até porque há "crise", mas acabo sempre por comprar "mais qualquer coisita". Só que ainda nem comecei.
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Esta época para mim é muito triste e estou sempre ansiosa que ela passe (até costumo dizer, apetecia-me adormecer no dia 23 e acordar no dia 1 de Janeiro do ano seguinte) mas desta vez vou esforçar-me para que pelo menos o Natal seja alegre.
Tenho um bom motivo:
Vai ser o 1º Natal em casa do meu filho, que como vive sozinho, não vai mexer uma "palha".
Sobra para quem? - Claro que para mim.
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Vai ser a melhor prenda de Natal que irei receber/dar. Embrulhadinha em amor.
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UM BOM NATAL PARA TODOS
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Teresa E.
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neste momento estou: Generosa
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Procurei os teus olhos!
Reconheci o brilho de outrora
Com que me envolvias, cheio de amor por mim.
Ousei recuar no tempo
Em busca da paixão que também senti.
Caminhei então, pelos rios e campos
E colhi das flores, os cheiros
Que me falavam de ti
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Mas foi uma praia deserta
O que eu encontrei
No lugar que reservo
Cá dentro, para ti.
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Teresa E.
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neste momento estou: florida
Domingo, 17 de Dezembro de 2006
Esta noite, o vento cantou-me aqueles versos que fizeste para mim.
Ansiosa, abri a janela e uma brisa suave beijou-me os lábios.
Como se fosse a tua boca a beijá-los!
Fechei os olhos na escuridão e ousei tocar o teu rosto, para melhor o reconhecer.
A tua ausência priva-me dos teus contornos.
Até do teu cheiro e do toque da tua pele eu me esqueci.
Senti que a brisa era mais doce, mais quente.
Soprava nos meus cabelos, ternamente.
Cobria-me de areia, trazida do mar.
Trazia-me promessas do teu amar
E eu, esquecida do tempo que já não tenho
Deixei-me adormecer, num cálido abandono que me fez sonhar
Fiquei sem saber, quem veio com o vento
Certamente, alguém que passou e que não veio para ficar.
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Teresa E.
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"Le Tube" de E. Degas
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Pensa-me e sorri
Ou sonha-me de novo
E lava-me dos desejos
Urgentes...de ti
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T.E.
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Sexta-feira, 15 de Dezembro de 2006
Foto de JF
Das sombras que se vestem
de luares e rendilhados de estrelas
apenas sei que as sinto e as pressinto
e o meu sorriso quase as alcança
e prende, num abraço etéreo
cheio de beijos dissimulados
Que me desnudo...perante elas?
Que importa?
Se os meus sonhos,
já não me pertencem
de tanto adivinhados!
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Teresa E.
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neste momento estou:
Quinta-feira, 14 de Dezembro de 2006
Estou a ouvir a Amália...
Fecho os olhos e deixo-me envolver pelo som das guitarras e pela sua voz que me toca tão profundamente que me sinto morrer por dentro.
É assim o fado desta Lisboa que é minha
São os cheiros perturbadores que desafiam os meus sentidos
O Tejo que me desencaminha
Esta luz branca que me cega e me apaixona
As sombras que me seduzem, nas esquinas
A inquietação das partidas
Os desejos, feitos colinas de dor
Amália...tu és Lisboa
E Lisboa...sou eu!
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T.E.
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ao som de: Amália
Deixaste de viver
Porque em mortalhas
Demasiado tempo
Te escondeste
Mas...meu amor
Ainda é tempo
De reaprenderes as cores
Com que a vida se pinta
E saberás então
Que tudo são pigmentos
Que se misturam e fundem
Como os lábios que se beijam
E os corpos que se entregam
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Teresa E.
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neste momento estou: mais ou menos
Quarta-feira, 13 de Dezembro de 2006
S. Miguel Foto de JF
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"Regressamos sempre aos velhos lugares aonde amámos a vida.
E só então compreendemos que não voltarão jamais todas as coisas que nos foram queridas.
O amor é simples, e o tempo devora as coisas simples"
Eduardo Agualusa in O Ano em que Zumbi Tomou o Rio
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ao som de: Chopin
neste momento estou: saudosa
Segunda-feira, 11 de Dezembro de 2006
Mosteiro de Sta. Maria de Belém
Já votei nas 7 Maravilhas Nacionais, esta é uma delas.
O Link é: http://7maravilhas.sapo.pt/apre3.html
Domingo, 10 de Dezembro de 2006
Tinha sido uma experiência maravilhosa ir com o avô à serra, apanhar musgo, colocar a figura do Menino Jesus em palhinhas de verdade, dispor com as suas pequeninas mãos todas as figuras de barro, as casinhas, o moinho, a fonte e como ela estava satisfeita do seu lago, feito de espelho, escondido entre o verde do musgo fresco.
Todos os dias acordava e ia ver o seu presépio e não se cansava de olhar, olhar e esperar.
Quando a sua mãe lhe disse uma noite: - Filha, o dia de Natal é amanhã quando acordares - os seus olhos brilharam e ela saltou e dançou de alegria, dando gargalhadas como só as crianças sabem dar quando estão felizes.
No outro dia, ao acordar, lembrou-se que tinha finalmente chegado o dia tão esperado.
Tudo dormia ainda na sua casa. Era muito cedo, mas ela escorregou da sua cama, descalça e em camisa de dormir correu para a sala de jantar, para abrir os presentes que tinha pedido numa carta ao Menino Jesus, escrita por sua mãe.
Entrou na sala e logo ficou quieta. Os seus olhos encheram-se de lágrimas. O "seu" presépio estava completamente destruído. O gato Farrusco, com quem tanto brincava, estava ali, soberano e desafiador. Tinha feito a sua cama no macio musgo e todas as figuras estavam espalhadas pelo chão e muitas estavam quebradas.
Chorou até acordar toda a gente e acabou por se conformar, com a promessa de novos "bonecos", mas só sorriu quando percebeu que a figurinha de barro do Menino Jesus estava intacta e a olhar para ela docemente.
Nunca esqueceu aquela manhã de Natal...
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Teresa E.
Que rica prenda que me deixaste no teu Clareando mas se não te importas escolho só um...que eu não sou como tu...que quantos mais (cães) melhor...rsss
Os gatos sempre fizeram parte da minha vida de criança mas a partir da minha adolescência, deixei de os ter, porque os meus pais assim o entenderam.
Quase todos os "meus" gatos chamavam-se Benfica ( a doença..rss, é de familia) à excepção de um que tinha o nome de Farrusco e que deixou para sempre uma marca em mim: uma cicatriz, pequena, mas que ainda hoje é visivel. Tenho uma história com esse gato, que passei para o papel e com que respondi a um desafio feito por amigos, para escrever sobre o Natal. Como sou agnóstica, o Natal deixou de ter qualquer significado religioso para mim e por isso escolhi como tema o meu gato e o presépio.
Voltando aos gatos e deixando as histórias, cada vez tenho mais vontade de voltar a ter um.
Vou pensar nisso sériamente..há tantos gatos à procura de dono.
Obrigada pela prenda...rsss
Teresa
neste momento estou: quase a "presentear-me"
Sexta-feira, 8 de Dezembro de 2006
Uma noite de Verão, recanto da "Casa das Flores"
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Apesar da chuva e do dia que se adivinha cinzento...
Apesar do Inverno...e dos frios
Apesar desta época Natalícia que nunca mais chega ao fim
Apesar de tudo....
Vou para lá...
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Um bom fim de semana para quem me vier visitar aqui
Quinta-feira, 7 de Dezembro de 2006
"Persistência da memória" de S. Dali
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Estou sentada na 1ª fila da plateia da minha vida, de onde vou assistir ao filme mudo e a preto e branco da memória de um dia já esquecido no tempo das coisas mortas-vivas.
É um guião que escrevi e re-escrevi vezes sem conta, na tentativa inglória de lhe dar um final feliz. Sei de cor os rostos de todos os personagens, as palavras, os olhares e até a banda sonora.
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É um drama, mas podia muito bem ser classificado como tragi-comédia, porque a personagem principal, que tem o meu nome, a minha cara e até sente como eu, morreu por dentro e insanamente ainda percorre os caminhos que se abrem à sua passagem, como se estivesse viva.
Quando o amor da sua vida foi sepultado-vivo, ela mergulhou com ele, de livre vontade...no abismo.
Foi a 8 de Dezembro de um qualquer ano e eu... aqui estou de novo, sentada na 1ª fila...
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Teresa E.
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neste momento estou: muito triste
Foto de J.F.
As minhas noites solitárias, chamam-se manhãs e têm o teu rosto.
Imagino-te com um semblante sereno mas triste.
Adivinho que estás em paz, aí nesse lugar distante onde eu não tenho entrada, mas quero ter a ilusão de que ainda existem fragmentos de mim na tua memória.
Quero pensar que a tua tristeza se deve à minha ausência e às saudades que ainda tens de mim. Que percorres esse mar imenso com o olhar e que é em mim que pensas.
São tantas as palavras guardadas que eu tenho para te dizer.
São tantos os lugares que ainda tenho para te mostrar.
É um oceano inteiro de sorrisos e ternura que ainda tenho para te dar.
Os sonhos que eu sonhei, não os queres abraçar?
Quantas manhãs eu verei o Sol sem a tua presença?
Sabes que eu existo, mas será que ainda existo para ti?
Quanto tempo eu vou esperar por ti até outro alguém chegar?
Não demores que o meu tempo está-se a acabar.
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Teresa E. ( Julho06)
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neste momento estou:
Quarta-feira, 6 de Dezembro de 2006
Um desafio que aceitei...
Dez razões para se ter orgulho em ser Alentejano
Florbela Espanca ( única)
Gastronomia ( de chorar por mais)
Planície ( o silêncio e a paz)
Cantares ( cheios de força)
Acolhimento ( sem igual)
Limpeza ( um exemplo)
Coudelaria ( sem palavras..visitem)
Coragem ( resistir )
História ( tantos vestigios..)
Mar ( costa alentejana)
Será que acertei?
" Casario Alentejano" aguarela de T.E.
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Á "sombra" que atrevida me visita...
um "casario" lhe deixo agradecida
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A caixa chama-me...resisto, mas tenho que ir...
Levo comigo as lágrimas mas vou escolher a máscara para que ninguém tropece nelas
Mais um dia em "blue"....pode ser que o café me "desperte" para a vida lá fora...
Bom café ...para todos que por aqui passarem
neste momento estou:
"Blue Horizon" de Peter Wileman
Hoje acordei com as minhas lágrimas. São tão frias e pesadas as minhas lágrimas.
Quando amanheço com esta chuva cá dentro, o meu nome deixa de ser Maria e passa a ser Saudade, nome que não pedi. Nunca me perguntaram se estava de acordo, penso até que fui escolhida para o usar. Se fosse eu a mandar, nunca o usaria, mas nem sempre sou dona de mim.
Quando abafo os meus gritos, há sempre alguém que os ouve e os tenta entender.
Quando fecho os meus olhos, morta de cansaço, despertam-me para ser o sonho que alguém sonhou.
Os meus amores
estão imersos
num mar de
encontros desfeitos
desenhados
com mil beijos
perfumados
de carinhos
e enganosos
desejos
Cai a noite e as minhas lágrimas secaram...
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Teresa E.
28/02/06
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neste momento estou: murcha
ao som de: Mahler
Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos sensuais e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas…
Ouço as olaias rindo desgrenhadas…
Tombam astros em fogo, astros dementes.
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p'las estradas…
Os meus lábios são brancos como lagos…
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras…
Sou chama e neve branca misteriosa…
E sou talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras
Florbela Espanca
Terça-feira, 5 de Dezembro de 2006
"lirios" de Van Gogh
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Olhei por breves instantes para o que foi.
E o que foi, só agora sei, teve cheiros ao perfume das flores silvestres que despontaram só para mim e que eu não soube colher.
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Foram florestas mágicas que abriram passagens estreitas, feitas à medida do meu corpo, mas que eu não atravessei.
Foram cantares de pássaros que me visitaram pela manhã e que me sorriram, mas a que não prestei atenção.
Foram tantos os sinais que me chegaram e que eu não vi.
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De tanto me sonhares, a minha imagem ficou gasta, vazia e perdida no tempo.
- Pergunto-me se haverá retorno ao mundo da inocência que me deste.
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Ah meu amigo, como eu sinto a falta dos teus risos
E...logo agora que o teu amor eu conquistei.
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Teresa E.
Set06
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neste momento estou: tristonha
"Moonlight Lovers" de M. Chagall
Cecília Meireles
Se eu fosse apenas uma rosa,
Com que prazer me desfolhava,
Já que a vida é tão dolorosa
E não te sei dizer mais nada!
Se eu fosse apenas água ou vento,
Com que prazer me desfaria,
Como em teu próprio pensamento
Vais desfazendo a minha vida!
Perdoa-me causar-te a mágoa
Desta humana amarga demora!
De ser menos breve do que a água,
Mais durável que o vento e a rosa...
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