E em tempo de máscaras e de rostos encobertos e dissimulados,
saltam da multidão anónima faces amigas e encorajadoras
e mãos suaves que apertam as nossas solidariamente.
As palavras e os gestos que nos chegam são de uma generosidade extrema.
Estranhamente, a ausência faz a sua entrada triunfante
no corpo de mascarados que o não deveriam ser.
No baile de máscaras que é a vida
chega o momento da verdade.
E de repente temos a visão nítida do que nos rodeia.
E do que realmente tem valor.
Neste tempo de máscaras permitidas,
o teu rosto, descoberto e luminoso,
rompe a ardilosa neblina que me mantinha cativa.
Apesar da chuva e do tempo cinzento,
o que eu vislumbro
é um sol radioso e flores silvestres a nasceram nos caminhos.
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