O nosso rosto reflectido no espelho a sorrir-nos
Como se não tivessemos envelhecido
Como se ainda tivessemos todo o tempo do mundo para viver
Recomeça
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
Sempre a sonhar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde com lucidez, te reconheças.
Miguel Torga
......................
Com o ano a terminar desejo a todos um Bom Ano 2009 e, como não podia deixar de ser, deixo-vos como último post de 2008, a Poesia.
(desconheço o autor da imagem)
Óleo de Picasso
As palavras perderam-se na imensidão da ausência
que nos impôs a vida.
A tua dor sem remédio e calada no teu peito.
A tua dor sem lágrimas, funda e transparente.
Igual ao teu rosto inconformado e grave.
Amiga, já não corremos felizes pelos campos...
Dei-me conta deste número redondo, hoje, ao olhar para o contador aqui ao lado.
É certo que o Vivências começou por ser um espaço solitário que eu decidira criar para preencher alguns vazios e desencantos e que com o correr do tempo acabou por se tornar o meu "canto" diário de lazer e desabafo.
Coloquei nele as coisas que mais gosto: música; pintura; poesia; fotografia; dança; cinema; livros; e, acreditem, deu-me um prazer imenso.
Muito do que eu sou está aqui.
E muitos destes visitantes, a maioria anónimos, penso que o entenderam, mesmo sem conhecerem o meu rosto e apenas sabendo que me chamo Teresa ( MT, como o meu filho carinhosamente me chama).
Foram importantes para mim, as "palavras" que me foram deixando os amigos e muitos desconhecidos; e o incentivo e apreço de outros, que pela sua presença amiga, passaram a ser "conhecidos" (na alma e no sentir)
Tenho saudades de algumas presenças que deixaram de "ser". Lembrar-me-ei sempre desses.
Há ciclos que não se repetem. Eu própria estou diferente e tenho sentido nos últimos tempos que já não faz tanto sentido continuar neste registo.
Confesso, ando a adiar a decisão. Afinal este é um "filho" muito querido que eu criei e custa-me deixá-lo entregue a si próprio.
Mas um dia destes terei que ganhar coragem e fechar este ciclo que começou em Setembro de 2006.
Este post não é ainda o fim.
É um agradecimento e ao mesmo tempo uma explicação a todos quantos eu me habituei a sentir aqui e que eu estimo.
Com amizade
Teresa (MT)
Pela manhã
Adormecem luas no meu peito.
O meu corpo desperta no teu
e o sol que entra pela janela
inunda a casa, expulsando as sombras
persistentes da ausência
o canto dos pássaros
confunde-se com os passos
que já percorreram os quartos
e que ficaram gravados
na memória da casa
agora são os teus
que se ouvem, apenas os teus
e o cantar dos pássaros...
"The Book of Ages" de Mike Warrol
Escrevo-te a oiro no livro do tempo onde registo a vida.
Sou porque tu és.
Este amor, meu filho, não se escreve.
Parabéns.
Foto de MTeresaVivências
Sofri em mim, comigo passearam, à beira ouvida do mar, os desassossegos de todos os tempos. O que os homens quiseram e não fizeram, o que mataram fazendo-o, o que as almas foram e ninguém disse - de tudo isto se formou a alma sensível com que passeei de noite à beira-mar.
Fernando Pessoa ( Livro do desassossego - excerto)
(imagem retirada do google)
Foto MTeresaVivências
e das profundezas do meu sentir azul
[onde as alvoradas se escondiam]
amanhecem flores rosáceas...
o vazio dilui-se na mistura líquida dos prantos
e o sal sagrado da tua boca tempera o meu corpo
dando vida às areias moribundas da paixão
lentamente, deixo que invadas o meu jardim secreto
onde amores nascem e morrem ao sabor do vento
...cheio de ternura, semeias uma flor no chão do meu desejo
Fotografia de Jonas Valtersson
Pássaro azul nas mãos do tempo
Musa florida na Primavera dos sentidos
Olhos d'água a escorrer desejos Amores
Passados E logo outros a sorrir palavras
em jardins encantados e secretos
Penas feitas de silêncios A gritar destinos
E a tecer o tempo
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