(1920 - 6/Out/1999)
(ler o texto completo aqui)
......
Não é novidade o meu gosto pelo fado e pela Amália Rodrigues e, hoje, dei-me conta de que faz nove anos que ela nos deixou fisicamente.
A sua voz e a sua imagem permanecem.
Esta noite, no Vivências, ouve-se o fado na voz da Amália; queiram fazer silêncio, por favor.
Sombra ( Fado Nocturno)
Se a noite escura demora
Cativa dentro do meu peito
pressinto quando me deito
a voz de alguém, que hoje não vem
e mora em mim a toda hora
Falando grave e escondido
Por entre as coisas reais
suspende a força da vida
e não é ninguém, ah e não é ninguém
somente sombra e nada mais
Porém a voz que se ouvia
morre com a noite no cais
e o sol agora me alumia
(Letra de Rui Machado, Música de António Chainho, Voz de Teresa Salgueiro)
....
Aqui também se ouve fado!...
Aqui se recordam amigos, mesmo que sejam sombras fugidias...
Boa noite
.
Todo o amor que nos prendera
Como se fora de cera
Se quebrava e desfazia
Ai funesta Primavera
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia
Ai funesta Primavera
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia
E condenaram-me a tanto
Viver comigo meu pranto
Viver, viver e sem ti
Vivendo sem no entanto
Eu me esquecer desse encanto
Que nesse dia perdi
Vivendo sem no entanto
Eu me esquecer desse encanto
Que nesse dia perdi
Pão duro da solidão
É somente o que nos dão
O que nos dão a comer
Que importa que o coração
Diga que sim ou que não
Se continua a viver
Que importa que o coração
Diga que sim ou que não
Se continua a viver
Todo o amor que nos prendera
Se quebrara e desfizera
Em pavor se convertia
Ninguém fale em Primavera
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia
Ninguém fale em Primavera
Quem me dera, quem nos dera
Ter morrido nesse dia
.
David Mourão Ferreira
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