Foto de MTeresaVivências
... Regressarás, eu sei.
Ao cair da tarde,
com o teu ramo de violetas acenderás o meu
jardim ...
José Agostinho Baptista
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As violetas da Margarida floresceram. Querem saber quando será o seu regresso. Respondi-lhes: - Breve, Breve...!
Óleo de Picasso
As palavras perderam-se na imensidão da ausência
que nos impôs a vida.
A tua dor sem remédio e calada no teu peito.
A tua dor sem lágrimas, funda e transparente.
Igual ao teu rosto inconformado e grave.
Amiga, já não corremos felizes pelos campos...
O meu amigo Visitante escreveu um post em que confessava, no seu modo muito peculiar, o seu gosto por relógios de cuco.
Como a imagem que ele escolheu, na minha opinião, não corresponde a esse tipo de relógios, fiz uma pequena pesquisa e encontrei esta, que penso lhe irá agradar.
Afinal, ele anda sempre a "dar " flores para as "róbonas" e este meu mimo é uma espécie de "pagamento" pelo seu carinho para com as suas amigas, onde eu me incluo.
Só não faz "cúcú"...mas marca o tempo. Infelizmente o tempo é de fazer as malas e sair do país dos relógios.
Nota: A leveza deste post é uma tentativa de aliviar o peso do afastamento de Portugal do Euro2008
E em tempo de máscaras e de rostos encobertos e dissimulados,
saltam da multidão anónima faces amigas e encorajadoras
e mãos suaves que apertam as nossas solidariamente.
As palavras e os gestos que nos chegam são de uma generosidade extrema.
Estranhamente, a ausência faz a sua entrada triunfante
no corpo de mascarados que o não deveriam ser.
No baile de máscaras que é a vida
chega o momento da verdade.
E de repente temos a visão nítida do que nos rodeia.
E do que realmente tem valor.
Neste tempo de máscaras permitidas,
o teu rosto, descoberto e luminoso,
rompe a ardilosa neblina que me mantinha cativa.
Apesar da chuva e do tempo cinzento,
o que eu vislumbro
é um sol radioso e flores silvestres a nasceram nos caminhos.
O meu agradecimento a todos os amigos e visitantes que me "acompanharam" de uma forma ou de outra, neste momento difícil.
O meu "campeão" venceu mais esta "partida" que não estava no calendário de jogos. Está mais pesado (provisóriamente) porque agora transporta com ele uma placa e alguns parafusos, no entanto o seu sorriso e a sua determinação não foram afectados.
A recuperação vai exigir alguns meses de sacrifício, tenacidade e paciência, mas ele tem um objectivo:
- Voltar a entrar em campo com a camisola do seu Benfica.
Repito o que escrevi há uns tempos atrás:
- Gosto de ter um blogue...e, gosto de todos vós, que me visitam, acompanham e incentivam quase diáriamente.
Obrigada!
(deixo-vos o meu amor perfeito, que sem dúvida alguma tem o nome do meu filho)
Foto de MTeresaVivências
Hoje, vou ver se os meus lírios do campo já floriram.
Os lírios " não trabalham nem fiam..." e no entanto crescem todos os anos por esta altura. Esplendorosamente belos.
Levo na bagagem outra flor do campo que se chama Margarida-Clara e o desejo de alegrar a alma.
Bom fim de semana
(foto: © MteresaVivências)
Sonhava o esplendor. Eu era assim, vulnerável e sombria,
e a morte pousava inteira, no meu ombro.
No terror não havia ninguém que me abraçasse.
Pelos dias fortuitos, talvez as mãos de Deus, onde o silêncio
amainava, aguardando os dias lentos,
porque o tempo era frágil, insaciável e as esferas resplandeciam,
entre plantas mortiças, rodeadas de miasmas perniciosos.
Pelo espaço reduzido consultava Tratados sobre a Espiritualidade
e irremediavelmente, o vento soprava.
A lua recomeçava.
Pela primavera, chegavam os adivinhos.
Era preciso enfrentar o trabalho dos ventos e os domínios do éter,
na luz coberta de dióspiros, dizendo as coisas simples,
coroadas de fragrâncias, profundamente irreais.
Fruia as rosas, a música.
O éter soltava os seus cavalos macios, os seus ritmos langorosos
e a vida constituía-se, entre gaivotas em contraluz,
cabelos soltos, poemas impregnados de areia.
Por vezes, escutava os girassóis e as palavras alteradas
pelo lado dos abismos.
Tudo era incerto, na sua resolução imensa,
as aves eram intermináveis,
os aloendros vergavam-se, leves, carregados de silêncio.
As abelhas zuniam, pelos rios desvelados, a luz ardia
e o verão começava, confirmando a luz do sol.
A minha amiga "Doce Quimera" daqui, que também é Maria Teresa como eu, vai hoje concretizar um dos seus sonhos.
A apresentação do seu primeiro livro "Cardos e Quimeras"
é hoje, às 17,00h, no
Auditório da Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia (Rua General Torres, por detrás do edifício da Câmara Municipal),
e a sua poesia é assim:
Envio-te daqui, amiga das terras do Norte, os meus sinceros parabéns pela concretização do teu sonho, uma vez que não poderei estar presente.
Que este dia seja um marco inesquecível na tua vida.
Esta Margarida é do nosso "jardim" da Casa das Flores.
Se a flor tivesse voz, certamente te diria hoje:
PARABÉNS!
Que todas as flores que já semeaste, nomeadamente duas, te continuem a dar toda a beleza e alegria deste mundo, em reconhecimento pelo que fizeste por elas;
Que as dores que suportas, pelas flores que já partiram, te sejam leves;
Que não te esqueças que tens amigos;
Que te lembres sempre que és uma Margarida de força.
e ainda:
Obrigada!
Pelo carinho com que me tratas;
Pela rega constante para que eu não seque;
Por não me deixares desamparada em dias de tempestade;
Que sejas feliz, Margarida, minha amiga-irmã Clara.
MT-Teresa
Tenho um amigo que gosta do Beija-Flor.
Conheço-lhe o cantar da voz. Conheço-lhe o riso e os lamentos.
O seu lado triste e solitário é quase como o meu.
Nunca estivemos frente a frente, mas conheço-lhe o rosto.
Mais importante que tudo, penso que lhe conheço a alma e a minha também não lhe é desconhecida.
Tenho um amigo que é o meu amigo distante.
Vive do outro lado do oceano e fala a mesma língua que eu.
Disse-me uma vez que não há distâncias e disse-me isso através de um livro que me ofereceu.
Talvez ele tenha razão.
Talvez as distâncias não contem, porque afinal "o essencial é invisível aos olhos" e o que importa realmente é o que se sente.
O meu amigo é humilde porque é um homem de grande sabedoria e cultura e raramente deixa que isso se perceba.
Também é um homem de sonhos e de grande sensibilidade.
Um lutador pela justiça.
Um resistente..
Um homem que escreve a brincar acerca de coisas sérias, como por exemplo a liberdade.
Também escreve poesia, mas ele acha que não.
No outro dia recebi uma encomenda:
- Era um livro e um convite.
É o seu 1º livro " O Porco e a Filosofia "
O livro estou a lê-lo, e o seu lançamento será no próximo dia 10 de Novembro, na cidade de Ribeirão Preto, S. Paulo, Brasil.
O Oceano impede-me de estar presente fisicamente. Estarei de outra forma.
Ele tinha razão: "A distância é um lugar que não existe"
O nome do meu amigo?
"Jota Há"
Foto: MT
Gladíolos plantados pela Gaivota na nossa Casa das Flores.
Quando se semeia com amor, tudo floresce.
Mesmo que a " terra " esteja cheia de pedras.
.
Tal como a amizade!
....
A amizade não se busca, não se sonha, não se deseja; ela exerce-se (é uma virtude)
Simone Weil
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Há algum tempo que quero falar contigo, mas não tenho conseguido fazê-lo "olhos nos olhos".
.
É estranho isto estar a acontecer entre nós. Pergunto a mim própria a razão do nosso afastamento físico e do fim das nossas conversas quase diárias, em que contávamos tudo uma à outra e partilhávamos os nossos mais íntimos pensamentos, alegrias e dores.
Depois da morte do teu filho, já faz 5 anos, a vida para ti perdeu totalmente o sentido. Estive sempre a teu lado, sofri contigo a tua imensa dor e lembro-me de me dizeres, que apenas comigo conseguias falar dele sem constrangimentos. Nunca te vi chorar mas sei que todos os dias te são pesados, e que no teu dia-a-dia vives como se fosses um autómato. Sei que o teu sofrimento é diário e que a maior parte das coisas que consideravas importante, perdeu valor, quando foste confrontada pela enorme perda que sofreste.
Sei que não tens paz, nem descanso.
Sofres muito.
Há muito tempo que não te vejo e estás tão perto de mim. Tenho saudades tuas mas algo me impede ainda de ir ao teu encontro, algo que eu não sei definir e que talvez tenha a ver com o abismo em que eu entrei, naquela altura e de onde saí a custo, mas sem ti. Quero que saibas, no entanto que continuas no meu coração e que a minha amizade por ti é a mesma de sempre. Talvez um dia destes seja possível sairmos as duas sem destino, tu a conduzires, enquanto falamos das nossas coisas como tantas vezes fizemos
Recordo sempre o que me escreveste quando tínhamos 12 anos, inspirada no "Principezinho".
" Tenho uma amiga. Essa amiga tem cabelos da cor do ouro e olhos da cor do céu. A partir deste momento, quando olhar um campo cheio de trigo e o céu estiver azul, pensarei sempre nela."
Continuo aqui. Sempre!
Ainda tenho o cabelo da cor do trigo.
Ainda tenho os olhos da cor do céu e continuo a ser a tua Amiga com A grande.
.
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