Terça-feira, 18 de Dezembro de 2007
Natal à Beira-Rio
É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?
David Mourão Ferreira
.....
Um Bom Natal para todos.
De Margarida a 18 de Dezembro de 2007 às 23:27
De
agregando a 19 de Dezembro de 2007 às 08:51
Para ti também.
Beijo.
De J.S. a 19 de Dezembro de 2007 às 10:39
Tb para ti, um bom Natal com um poema de Sidónio Muralha...
NATAL
Hoje é dia de Natal.
O jornal fala dos pobres
em letras grandes e pretas,
traz versos e historietas
e desenhos bonitinhos,
e traz retratos também
dos bodos, bodos e bodos,
em casa de gente bem.
Hoje é dia de Natal.
- Mas quando será de todos?
Sidónio Muralha
Beijo
J.S.
Obrigada Zé, espero que o teu Natal tenha sido Bom
Beijinho
De
Visitante a 19 de Dezembro de 2007 às 13:00
Olá, minha Alf...azema Linda
Tive a grande honra de trabalhar sob as ordens de David Mourão-Ferreira na SPA.
Era uma pessoa com um profundo sentido de humanidade, que se espelhava nas suas relações com os seus subordinados.
Em sua homenagem, deixo aqui a
LITANIA PARA O NATAL DE 1967
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
num sótão num porão numa cave inundada
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
dentro de um fogão reduzido a sucata
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
numa casa de Hanói ontem bombardeada
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
num presépio de lama e de sangue e de cisco
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
para ter amanhã a suspeita que existo
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
Tem no ano dois mil a idade de Cristo
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
Vê-lo-emos depois de chicote no templo
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
e anda já um terror no látego do vento
Vai nascer esta noite à meia-noite em ponto
Para nos vir pedir contas do nosso tempo
David Mourão-Ferreira
in "Lira de Bolso"
De
Visitante a 19 de Dezembro de 2007 às 13:01
... um poema com 40 anos e infelizmente tão actual...
Beijinho
Visitante
Obrigada por trazeres este "Natal" do Grande David Mourão Ferreira
Beijinho
De
skiweb:)) a 21 de Dezembro de 2007 às 00:58
Um bom Natal para ti e todos que te acompanham...
aqui e ai onde quer que estejas...
bjs:))
Obrigada espero que o teu também tenha sido bom
Beijinho
De Vitor a 21 de Dezembro de 2007 às 16:17
À laia de pequena e simbólica lembrança, deixo-lhe o meu mais recente poema, que espero que goste. Os votos inevitáveis, estão lá todos mas, porque merecem realce, aqui os avivo em traço de muita, mesmo muita estima, para que o mais e o melhor que houver, lhe seja entregue pela mão branca e perfumada do destino!
Bom Natal e Feliz 2008. Saúde!
Com um Beijo deste seu Amigo!
Vasconcelos
Presépio da consciência…
Pelo Natal, não sei mais que dizer…
Que outros votos deva recriar,
Que desejos novos, possa refazer!
Neste peculiar sentimento, para embalar,
Na mágica mãe das noites, de encantar!
Onde o mistério celestial é… renascer.
Desde sempre, habituei-me a pedir
O mundo inteiro”, ao “Menino”!
Aquele que nasceu “Jesus”, para nos acudir…
Mas, que de nada lhe valia, pequenino…
Como todos nós, aliás, franzino…
Inocente! Nu de culpas vis… que hão-de vir.
E assim fui fazendo… anos a fio!
Eu, pedindo e Ele… dando o que entendia
E quanto mais o “Natal” era solidão e…frio,
Menos Ele se enternecia…
Coitado! Dava…só mesmo o que podia
E eu gelado adormecia, na fé de um arrepio!
Mesmo assim, fui sempre tendo,
O tudo que dava o céu e a terra permitia…
Até me tornar na mão que hoje vai fazendo,
A vontade do “Menino” em primazia…
Desdobrando-me generoso em simpatia,
Custeada no metal com que me vendo.
Desejar o bem a todos por igual
E requerer todos os benefícios universais
Caramba! É simples demais… é até banal.
Folguemos antes, dos sacrifícios ancestrais
E da representação que fazemos, como “Cristos” reais
Sejamos somente… mortais! Sem amor virtual.
Por isso, o que desejo a todos é… sorte!
Em ter um “Menino” que vos favoreça.
Que vos acuda! Defenda e… seja forte.
Para que em vós, a esperança não esmoreça
E que Ele, de vós nunca se esqueça…
Em todos os “natais” da vida… até à morte!
2007.12.21
Trin
Vitor
Vitor lamento não ter tido oportunidade de comentar este seu magnífico poema de Natal, na altura certa.
Peço-lhe desculpa por isso, mas acho que ainda vou a tempo de deixar aqui a minha admiração por si, através daquilo que escreve e que faz o favor de deixar para memória futura, no meu Vivências, que é realmente de todos os que me visitam.
Agradeço os votos formulados de forma tão carinhosa e espero sinceramente que o seu Natal tenha sido feliz na companhia da sua familia.
Não o tenho "visto" últimamente por aqui, mas espero que reapareça em força....rsss
Uma vez o Vitor escreveu aqui no Vivências
"estou sempre aqui"
Eu também...mesmo que não escreva ou que não responda na hora...estou sempre aqui
Um Beijo
De Espanto a 22 de Dezembro de 2007 às 05:55
Feliz Natal com muitos beijinhos.
Obrigada amiga Espanto.
Espero que o teu Natal tb tenha sido bom
Beijinho
De Cristal a 22 de Dezembro de 2007 às 14:17
O espirito de Natal é a Alegria
A mensagem do Natal é a Esperança
O significado do Natal é Amor
Alegria, Esperança e Amor...
Que estes sentimentos estejam
presentes não só no Natal
mas sempre na tua vida.
Feliz Natal e muitas, muitas prendinhas
Beijos cristalinos.
Cristina
Olá Cristal...mulher do norte...rsss
Obrigada por teres vindo aqui desejar-me o teu "bom Natal".
Espero que o tenhas passado bem.
Um Bom 2008
Beijinho
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