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.Florbela Espanca
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"Se eu pudesse recomeçar a vida, procuraria fazer os meus sonhos ainda mais grandiosos, porque a vida é infinitamente mais bela e maior do que eu pensava, mesmo nos meus sonhos."
G. Bernanos
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Hoje, convido-vos a ir ver o mar.
Sentem-se num lugar tranquilo onde possam evadir-se e esquecer todos os "pesos" da vida a que não se consegue escapar.
Levem um livro, um jornal ou simplesmente um sorriso.
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Deixem que o cheiro da maresia se misture como aroma do café.
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Juntem-se a mim e tenham um bom fim de semana!
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Foto de Gregória Correia
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"Conversas com o vento"
Perguntei por ti, ao vento...
I
perguntei por ti, ao vento
confiante no seu saber
certo de que saberia ler
a magia do momento
agitou-se a rama do pinheiro
como linguagem gestual
o som forte no pinhal
disse franco, que primeiro
diria eu, porque razão
lhe fazia esta interrogação
tão vaga e desconcertante
ao que respondi, prontamente:
é esta paixão certamente
que reclama o amor distante...
e o vento reflectindo...foi dizendo:
II
o que te digo é complexo
é total e absorvente
de dia é luz, é reflexo
força motriz, roda persistente
é sorriso afável, é ternura
prazer ilimitado, é visão
é fraternidade e candura,
é lírio, amor-perfeito, paixão
à noite, é lua cheia
constelação piramidal
orion ou cassiopeia,
verso, poema fundamental
perguntaste-me por ela... e eu digo:
é no tempo, o minuto
no horizonte, linha mestra
na árvore, o prório fruto
na palavra, a palestra
é água de um rio secreto
fogueira de uma ilusão
tesouro em cofre aberto
sonho do sonho, é paixão
mística mistura de amor
infinito exponencial
obra-prima, átomo gerador
da verdade existencial
perguntei por ti, ao vento...
e o vento disse:
III
É a heroína de muitas lutas que ganha aos maus, na última página do livro da vida.
Escreve por norma, palavras brancas, cujo significado são nomes de flores inventados, sob a forma de coração, que umas vezes se confundem com guitarras, outras, com beijos rubros e incandescentes.
Respira perfumes desconhecidos, oriundos das ondas do mar, que em noites de lua cheia a transmutam, ora em caravela, ora em gaivota branca e que assim lhe permitem obter visões celestiais, das sete partes do mundo, que depois, em mansas marés ou à janela da casa das flores, resume em poemas afrodisíacos.
Alimenta a alma com as cores virgens da natureza, o que faz dela o "fantasma bom", das consciências obscuras e sempre, mas sempre, juiz supremo do inconformismo.
Chora e ri como os humanos, mas é mais do que isso, perpetua-se na memória dos humildes e inocentes, apenas pelo som do seu sorriso e pelo calor que emana do seu olhar.
Tem no gesto a íntima e fina condição de mulher, por isso Virgem nos sonhos, com que diáriamente se reconstrói, sempre mais bela, no modo e na permanência.
É o verdadeiro "amor-perfeito".
Tu... sombra...
só aprendeste a amar, o amor que os homens sabem fazer...
o imperfeito!
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Autor: Victor
José L Santos (pseudónimo)
(sombra)
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Tenho um amigo desconhecido, que tem deixado ao longo de muitos meses, verdadeiras pérolas, escondidas em conchas/comentários e que eu de tempos a tempos, dou a conhecer a quem me visita. Todos os que aqui o têm lido, já manifestaram a profunda admiração por tudo aquilo que escreve, quer em forma de poesia, quer em prosa.
É conhecido aqui, como Sombra, mas já utilizou vários outros nomes, nomeadamente no ínicio do Vivências.
O pseudónimo Jose L Santos, foi escolhido por ele, quando o desafiei a escolher um nome, para assinar a sua Poesia.
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Victor, será o seu nome verdadeiro.
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Na blogosfera, tudo é possivel, até criaram-se pontes/laços entre pessoas que não se conhecem.
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Quero prestar mais uma vez, um tributo, à pessoa que está por detrás dos vários nomes e divulgar de novo a sua Poesia.
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Envio-lhe amigo Victor, um abraço carinhoso, desejos de rápida recuperação e acredite: - Todos sentimos a sua falta.
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Quanto a mim...continuo a perguntar por si...ao vento!
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Bj
Teresa
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Hoje, as lágrimas que o céu deitou, secaram!
E o dia amanheceu lindo, como que a dar as boas vindas aos caminhantes da vida que estão para chegar.
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Embarquem sem constrangimentos no Balão dos Sonhos e deixem-se levar!
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Bom Dia
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de papoilas vermelhas
entrelaçadas
nos cabelos
dançando
ao vento
nos teus dedos
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seria o sol escaldante
brasa no teu campo
nua
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Teresa E
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Pintura de Nela Vicente (Magia)
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Uma papoila no cabelo
Um malmequer na mão
Uma espiga na lapela
Ternura no coração
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De que é feito o vosso ramo?
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Hoje...
Gostava de ser malmequer, para me desfolhar durante o dia.
.....
Ser gota d'água num mar distante
Ser brisa cálida a moldar rochedos
Ser ave marinha a mergulhar nos sonhos
.... Se me encontrarem nos rostos que passam, reconheçam-me e sorriam! . BOM DIA! .
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dia e noite
calam-me a sede
permanente de amor
que em mim carrego
desde o útero
protector
que me deu vida
Ah!... meu amor
e que dizer da tua voz
doce e quente
fresta aberta nas minhas
janelas floridas
a receberem
dela
a luz mais branca
e a soar ao meu ouvido
encantamentos
como se fossem harpas de ouro
nas mãos de deuses
Sim, queria-te inteiro no meu leito
tantas vezes orvalhado
pelas lágrimas que já não deito
porque as bebeste por mim
uma a uma
como se eu as tivesse chorado
no teu peito
Mas... na tua ausência
apaziguo os meus desejos
prementes
de voltar a ter-te
quando de longe
docemente me envias no vento
os teus versos
como que a dizer-me
que quase morres
por não estares nos meus braços
tal como eu definho
.
Há algum tempo que quero falar contigo, mas não tenho conseguido fazê-lo "olhos nos olhos".
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É estranho isto estar a acontecer entre nós. Pergunto a mim própria a razão do nosso afastamento físico e do fim das nossas conversas quase diárias, em que contávamos tudo uma à outra e partilhávamos os nossos mais íntimos pensamentos, alegrias e dores.
Depois da morte do teu filho, já faz 5 anos, a vida para ti perdeu totalmente o sentido. Estive sempre a teu lado, sofri contigo a tua imensa dor e lembro-me de me dizeres, que apenas comigo conseguias falar dele sem constrangimentos. Nunca te vi chorar mas sei que todos os dias te são pesados, e que no teu dia-a-dia vives como se fosses um autómato. Sei que o teu sofrimento é diário e que a maior parte das coisas que consideravas importante, perdeu valor, quando foste confrontada pela enorme perda que sofreste.
Sei que não tens paz, nem descanso.
Sofres muito.
Há muito tempo que não te vejo e estás tão perto de mim. Tenho saudades tuas mas algo me impede ainda de ir ao teu encontro, algo que eu não sei definir e que talvez tenha a ver com o abismo em que eu entrei, naquela altura e de onde saí a custo, mas sem ti. Quero que saibas, no entanto que continuas no meu coração e que a minha amizade por ti é a mesma de sempre. Talvez um dia destes seja possível sairmos as duas sem destino, tu a conduzires, enquanto falamos das nossas coisas como tantas vezes fizemos
Recordo sempre o que me escreveste quando tínhamos 12 anos, inspirada no "Principezinho".
" Tenho uma amiga. Essa amiga tem cabelos da cor do ouro e olhos da cor do céu. A partir deste momento, quando olhar um campo cheio de trigo e o céu estiver azul, pensarei sempre nela."
Continuo aqui. Sempre!
Ainda tenho o cabelo da cor do trigo.
Ainda tenho os olhos da cor do céu e continuo a ser a tua Amiga com A grande.
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Uma aragem fresca do campo
Papoilas a despertar risos nas manhãs
Cheiros silvestres a perfumar o dia
Telas coloridas a pintar a banalidade
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Deixem entrar a beleza no vosso quotidiano
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Ó dia de hoje, ó dia de horas claras
Florindo nas ondas, cantando nas florestas
No teu ar brilham transparentes festas
E o fantasma das maravilhas raras
Visita, uma por uma, as tuas horas
Em que há por vezes súbitas demoras
Plenas como as pausas dum verso
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Ó dia de hoje, ó dia de horas leves
Bailando na doçura
E na amargura
De serem perfeitas e de serem breves.
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Sophia De Mello Breyner
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Foto: MT (5/05/07- Praia S. Julião)
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E tudo me sabe à tua ausência
num mar infinito de inquietação...
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a demora dos olhos
quando fitam os meus
e me imobilizam os sentidos
em danças de fogo,
o sal da tua pele
miragem refrescante
que nos meus lábios
se transforma
em doce fonte,
a tua voz
acordando em mim
mágicas ondas
e murmúrios de maresias
cadenciadas,
o eco dos teus passos
passando nos barcos
de velas desfraldadas
ao sabor dos ventos
do meu sentir
.
na tua ausência
fico sem porto de abrigo
onde possa ficar
.
Teresa E. ( 05/05/07 - Praia de S. Julião)
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Sabia dos jacintos brancos
recortados no dourado dos cabelos
em festejos inquietos e labirínticos
onde as mãos se encontram
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Sabia das rosas amarelas
ancoradas nas lágrimas
lançadas ao mar em redes
de sal fino e desesperança
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Sabia das sensuais margaridas
montadas em corcéis de asas leves
rodopiando livres nos céus
como se fossem ninfas
.
Sabia do luar encantado
que se esconde nas sombras
vestindo lírios azuis
antes do chegar d'aurora
.
Sabia das estrelas
espreitando-me devagar
a brincar de alecrim
para me perfumar
.
Só não sabia de ti
que te procurei nas flores
nos campos
nos rios
.
e em todos os mares
sem te avistar
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Teresa E ( 07/05/07)
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Deixo-vos o meu café da manhã.
Hoje, especialmente adoçado com cubos de mel (de colmeias gémeas)
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Que o vosso dia seja doce e leve
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Agradeço à Picarota a nomeação do Vivências
e o carinho do seu Mar "Açoriano" que sopra na direcção do meu Mar de "Lisboa"
E agora, "mandam" que eu distribua o que recebi por cinco blogues que "me fazem pensar"
Sem querer ser injusta para com outros
( não gosto nada destas coisas... mas)
aqui vai:
A Gaivota (Clareando) minha amiga/irmã, pelos seus voos sonhadores e sensualidade escondida
http://clareando.blogs.sapo.pt/
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O Visitante, homem dos 7 instrumentos, pincéis, eléctricos e histórias de músico de baile
http://visitante.blogs.sapo.pt/
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A Carmenzita, Poetiza do mar e do amor, mistura de alegria e dor
http://carmemzita.blogs.sapo.pt/
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O Augusto Gil, Poeta das solidões e da eterna procura
http://augustopgil.blogs.sapo.pt/
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O JP, a leveza, a graça e a ternura
http://dopipoocopo.blogs.sapo.pt/
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Como sou irreverente vou infringir as regras e destacar mais dois:
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A Doce Quimera, um "Norte" cheio de emoções
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O João G, um grito dorido mesclado de esperança
http://agregando.blogs.sapo.pt/
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Obrigada a estes e tantos outros que visito por me fazerem pensar, rir, comover e sonhar
(desculpem a maldade, mas agora é a vossa vez de colar o "boneco" nos vossos blogues e nomearem os vossos 5)
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Bom fim de semana ( agora é que é...rsss)
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Olhos do meu amor! Infantes loiros
Que trazem os meus presos, endoidados!
Neles deixei, um dia, os meus tesoiros:
Meus anéis, minhas rendas meus brocados.
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Neles ficaram meus palácios moiros,
Meus carros de combate, destroçados,
Os meus diamentes, todos os meus oiros
Que trouxe d'Além-Mundos ignorados!
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Olhos do meu amor! Fontes... cisternas...
Enigmáticas campas medievais...
Jardins de Espanha... catedrais eternas...
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Berço vindo do céu à minha porta...
Ó meu leito de núpcias irreais!...
Meu sumptuoso túmulo de morta!...
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Florbela Espanca " Charneca em Flor"
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Eléctricos de Lisboa e não só...
Memórias de um Músico de Baile
Prosa Poética de Maria Luisa Adães
Apagados mas guardados na memória
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